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Diretor, sem experiência na área, assume ICMBio

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Foto: ICMbio

Nesta sexta-feira, 25, o diretor-técnico da Fundação da Ordem Social (FOS), Caio Tavares, foi anunciado como diretor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, responsável pelo Parque Nacional do Iguaçu e outras Unidades de Conservação no Brasil.

Tavares não tem formação profissional ou experiência na área ambiental. Por isso, centenas de trabalhadores do Instituto em todo o país, fizeram protestos contra a sua nomeação, inclusive, em Foz do Iguaçu. A ação aconteceu na manhã desta sexta, 25.

Em nota, os servidores se pronunciaram. “Estamos mobilizados contra o loteamento político do ICMBio. A nomeação de pessoas totalmente alheias à nossa missão, sem preparado e experiência em gestão de UCs será um retrocesso, colocando em risco os avanços construídos na breve história do ICMBio”, diz.

Foto: ICMbio

Além da nota, os trabalhadores também divulgaram uma Carta Aberta à Sociedade, contra a nomeação do novo diretor.

Leia na íntegra:

“Como você reagiria se para a presidência do Banco Central fosse nomeado um indicado político sem NENHUMA experiência em economia? Ou se para técnico da seleção brasileira de futebol, fosse indicado um jovem político que nada entende sobre o assunto?

Pois foi assim, com total assombro, surpresa e revolta que fomos supreendidos hoje com a indicação de um nome meramente político, sem NENHUMA formação profissional ou qualquer experiência sobre meio ambiente para a presidência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.

Após a entrega política de algumas Coordenações Regionais e chefias de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes, desta vez o Governo Federal pretende  nomear para a presidência do ICMBio um apadrinhado político, o senhor Cairo Tavares de Souza, pertencente ao PROS, para a presidência do ICMBio.

O  indicado a presidente do Instituto  é diretor da Fundação Ordem Social, ligada ao PROS e sócio de uma empresa de comércio varejista de bebidas em Valparaíso de Goiás. Inacreditavelmente não consta que tenha QUALQUER experiência em gestão socioambiental.

O ICMBio é responsável pela gestão de 333 Unidades de Conservação que correspondem  a 9 % do território continental e 24% do território marinho, bem como a coordenação e implementação de estratégias para as espécies ameaçadas de extinção. Uma missão como esta não pode ser entregue a dirigentes sem experiência na área socioambiental, por mera conveniência política.

O Instituto Chico Mendes tem em seus quadros profissionais concursados, capacitados, qualificados, que vem atuando de forma comprometida, sempre dentro da legalidade, garantindo uma gestão transparente, ética, e voltada à execução da política ambiental pública e aos direitos garantidos na Constituição, de manutenção do equilíbrio ecológico do meio ambiente, bem de uso comum do povo, dentro de suas atribuições.

Desde sua criação, sempre foi presidido por profissionais com experiência na área socioambiental, imbuídos da missão institucional do órgão que trouxeram grandes conquistas na sua capacidade de atuação , como poder executivo, na implementação da legislação ambiental vigente.. Em um contexto de imensa fragilidade das políticas públicas, a possibilidade da nomeação de pessoas sem experiência na área ambiental e no desempenho de funções de gestão de alta complexidade coloca em risco o bom desempenho da missão institucional do ICMBio.

Diante do exposto, os servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade repudiam veementemente a possibilidade de nomeação do Sr. Cairo Tavares como Presidente deste Instituto,  ou de qualquer outra nomeação baseada em interesses políticos contraditórios ao interesse público e à missão do ICMBio.

Chamamos a sociedade civil a se unir a esta luta, em prol da proteção do patrimônio natural e promoção do desenvolvimento socioambiental. Não passarão! #Nãoaoretrocessoambiental!”

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