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Dia 08 de Março: o que elas têm a comemorar?

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Todo dia 08 do terceiro mês do ano, o mundo inteiro comemora o Dia Internacional da Mulher. Para quem não sabe, a data não foi escolhida em vão. É que no dia 08 de março de 1857, operárias de uma fábrica em Nova York, organizaram uma greve para pedir melhores condições trabalhistas. Mas, a manifestação foi contida com violência. Naquele dia, cerca de 130 grevistas foram trancadas dentro do local que, em seguida, foi incendiado. Na ocasião, todas morreram carbonizadas.

Mais uma vez, a data se aproxima. E você já parou para refletir sobre ela de alguma forma? Hoje, depois de quase 160 anos deste cruel assassinato em massa, o que temos a comemorar?

Em alguns setores sabemos que elas, mesmo exercendo a mesma função deles, ainda ganham menos. Isso acontece, por exemplo, no futebol. Sim, no país da bola, dos grandes craques, da única seleção pentacampeã, é ainda um dos lugares que menos dá apoio à modalidade feminina.

Foto: Reprodução
O que elas têm a comemorar?

Um clube de futebol feminino, quando descobre uma atleta e ela estoura no mercado, não ganha direitos pela sua transferência, como acontece em um clube profissional masculino. Ela simplesmente recebe uma proposta e se gostar, “vai na fé”, sem deixar um real para seu antigo time. 

Aí, como uma equipe vai investir em infraestrutura, em melhores salários, se o que ganha mal da para pagar as contas do mês?

Outro ponto a ser pensado. A diferença da folha de pagamento entre as duas modalidades também é gritante. Hoje, um time de ponta de futebol feminino no Brasil ganha R$50 mil reais no máximo e olhe lá. O salário de todas, eu disse TODAS as garotas juntas, não paga um jogador mediano de um grande clube brasileiro. Aí fica difícil competir.

Senhores governantes e órgãos competentes acordem! Um Centro Esportivo como este que será construído em Foz do Iguaçu já é um começo, mas, precisamos mais do que isso. O trabalho precisa ser fortalecido na base. Só assim, teremos um alicerce sólido. 

Este é só um exemplo. Há centenas de modalidades no Brasil que as mulheres ainda não são reconhecidas. E aí, se passaram quase 160 anos e o que mudou? 

Para mim, elas ainda continuam sendo carbonizadas dentro de um fábrica. Só mudaram os ambientes e os meios. Mas, os resultados continuam os mesmos.
 


 

 

 

 

    Lauane de Melo é repórter do Clickfoz e editora
    de imagens da Rede Massa. Para interagir com a 
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