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Dez pesquisas desenvolvidas pela Unila que podem impactar sua vida

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Você sabe o que é produzido nas universidades públicas? Além da formação profissional por meio do Ensino, as universidades têm o compromisso de promover Pesquisa e Extensão. É por meio desse tripé – ensino, pesquisa e extensão – que as instituições promovem uma educação pública de qualidade. Além disso, é com ensino, pesquisa e extensão que alunos e professores das universidades públicas buscam respostas para os problemas da sociedade, que podem resultar em melhorias e desenvolvimento no futuro. “Essa é a função social da Universidade. O desenvolvimento do conhecimento científico para melhorar a vida e o dia a dia das pessoas”, salienta o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Unila, Fábio Borges.

Na Unila, grande parte das pesquisas desenvolvidas, desde a iniciação científica ao pós-doutorado, aborda questões importantes para os moradores do Oeste do Paraná e da Fronteira Trinacional. “A Unila veio para Foz do Iguaçu com a proposta de ser uma universidade inovadora e próxima da sociedade. Para o nosso privilégio, estamos em um território internacional, multiétnico e diversificado. É um laboratório vivo para aplicar conhecimentos”, explica Borges. Problemas como as inundações no rio Boicy, o alto índice de câncer em municípios da região e a endemia de Leishmaniose Canina em Foz do Iguaçu fazem parte da agenda de pesquisas da Unila. Mas, ao mesmo tempo, são feitos, na instituição, estudos de ponta sobre temas emergentes de toda a sociedade, como a busca de novos medicamentos para doenças como Parkinson e Alzheimer, a necessidade de fontes alternativas de combustíveis e técnicas para tornar a construção civil mais sustentável.

Nas próximas semanas, a Unila vai publicar uma série de reportagens que mostram os principais projetos desenvolvidos pela Universidade e como essas pesquisas podem impactar no seu futuro.

1 – O que causa o adoecimento oncológico em Missal?

Pesquisa envolve estudantes e professores de Medicina, Saúde Coletiva, Química e Ciências Biológicas Desde o início de 2018, professores e estudantes da Unila trabalham em um projeto inédito no Oeste do Paraná, que pretende identificar as causas dos altos índices de câncer registrados no município de Missal. Conforme dados do Ministério da Saúde, em 2016 foram realizados 2.451 procedimentos ambulatoriais na área de oncologia em Missal. O número representa 22,56% da população do município e é mais que o dobro da média registrada nos demais municípios da 9ª Regional de Saúde, que é de 10,72%.

A pesquisa, desenvolvida em parceria com a Prefeitura de Missal, envolve 5 grupos de pesquisa, 12 professores dos cursos de Medicina, Saúde Coletiva, Química e Ciências Biológicas e, pelo menos, 25 estudantes de graduação e pós-graduação da Unila. O objetivo é que, a partir dos dados levantados, Prefeitura e Universidade atuem em conjunto no planejamento e desenvolvimento de estratégias de saúde para melhorar a qualidade de vida e diminuir a incidência de câncer no município.

Foto: Assessoria

2 – Projeto binacional analisa presença de agrotóxico nas águas da fronteira

Docentes da Unila coordenam uma pesquisa que analisa a concentração e a influência de agrotóxico existente nos rios, solos e na biodiversidade da área de fronteira entre Brasil e Paraguai. O projeto é realizado em parceria com a Itaipu e a Fundação Parque Tecnológico de Itaipu. Na primeira etapa, pesquisadores avaliaram o impacto do uso de glifosato e atrazina e de seus principais metabólitos: ácido aminometilfosfônico (AMPA), desetilatrazina (DEA) e desisopropilatrazina (DIA). O principal resultado é a constatação de que a presença desses agrotóxicos nos 29 municípios que compõem a Bacia do Rio Paraná está abaixo do recomendado na legislação brasileira (Resolução Conama 357/05), que estabelece níveis de 2 microgramas por litro de água para a atrazina e de 65 microgramas por litro para o glifosato.

O resultado obtido trouxe mais questionamentos e, por isso, um novo convênio de parceria foi assinado entre as instituições, mantendo análise das águas superficiais e ampliando a área geográfica para a margem paraguaia do Lago de Itaipu. A nova pesquisa também inclui a avaliação de sedimentos, solo e da biodiversidade aquática, com estudos sobre algas, macroinvertebrados bentônicos e peixes.

Foto: Assessoria

3 – Micro-organismos da Antártida podem ser capazes de produzir biocombustíveis

O professor Michel Rodrigo Zambrano Passarini, do curso de Biotecnologia da Unila, investiga a possibilidade de utilizar micro-organismos encontrados na Antártida para a produção de biocombustíveis. Nas pesquisas, são utilizados micro-organismos psicrofílicos ou psicrotolerantes, capazes de viver e se reproduzir em temperaturas extremamente baixas, de amostras trazidas do continente Antártico. Estudos preliminares já mostram que esses micro-organismos podem ser capazes de sintetizar hidrocarbonetos e outros compostos para a utilização como combustíveis ecologicamente corretos.

“O interesse em novas tecnologias que ofereçam a possibilidade de produção de combustíveis alternativos na substituição de outros combustíveis derivados do petróleo, a partir de sistemas microbianos, vem se tornando emergente”, explica Michel Passarini. Os resultados da pesquisa permitirão ampliar o entendimento da diversidade microbiana encontrada em habitats com baixas temperaturas, assim como oferecer compostos alternativos com potencial de aplicação futura no setor de biocombustíveis.

4 – Resgate da história da Ponte da Amizade

O professor de História Waldson de Almeida Dias Júnior fez, em sua dissertação do Mestrado Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos da Unila, um resgate sobre as representações e relações do Brasil e do Paraguai durante o período de construção da Ponte Internacional da Amizade (1956-1965). “A Ponte faz parte do cenário contemporâneo da fronteira. Em torno dela, existe um imaginário controverso, diferente da época de sua construção, quando ela era vista como um avanço, sobretudo, para a relação entre os dois países”, coloca Waldson na introdução do trabalho.

De acordo com os estudos, a construção da Ponte fez parte de um processo de reaproximação entre os governos brasileiro e paraguaio iniciado no começo da década de 1940 e intensificado na década de 1950. A Ponte da Amizade foi um dos projetos da “Marcha para o Oeste”, política iniciada no governo Vargas com o objetivo de levar o desenvolvimento para locais considerados “inóspitos”. No governo de Juscelino Kubitschek, a política teve prosseguimento com o “Plano de Metas”. “Nota-se, ao longo da construção da Ponte, um ideal de ‘amizade’ e ‘harmonia’ entre Brasil e Paraguai, o que consideramos ser fruto da necessidade de se superar a memória da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) em meio à política de reaproximação entre os dois países. Mas também percebe-se um silêncio nas reportagens sobre as comunidades e povos que habitavam a região, em especial as populações indígenas, auxiliando na construção do ‘vazio’ e na retratação deste ambiente como um local ainda inabitado”, explica Dias Júnior.

Foto: Assessoria

 5 – Alzheimer e Parkinson na mira de pesquisadores da Unila

Com o foco no tratamento de patologias neurodegenerativas, foi criado, em 2018, o Laboratório de Neurofarmacologia Clínica da Unila. Ligado ao curso de Medicina e ao mestrado em Biociências, o laboratório dedica-se à pesquisa de novos tratamentos tendo como carro-chefe o uso de canabinoides, substâncias químicas encontradas na planta Cannabis sativa.

Uma das pesquisas está testando o resultado que a utilização de microdoses de extrato de Cannabis causaria em pacientes com Parkinson. Os pesquisadores já perceberam um incremento motor dos movimentos, sem efeitos colaterais, em um estudo feito em um paciente. Agora, em parceria com a Associação Medianeirense de Portadores de Parkinson, a mesma hipótese está sendo testada em um grupo maior de pessoas.

O extrato também foi testado em um paciente de 75 anos com Alzheimer e que foi diagnosticado há três anos. “Verificou-se que, com uma dose muito baixa, os deficit de memória desse paciente foram totalmente revertidos e, hoje, ele apresenta uma performance de memória e cognição semelhante a um paciente de sua idade sem a doença”, relata o coordenador do Laboratório, professor Francisney do Nascimento. O estudo também será estendido para avaliar se o fenômeno pode acontecer em outros pacientes. “Em caso positivo, seria uma grande aposta de tratamento futuro para pacientes que sofrem Alzheimer”, diz Elton Gomes da Silva, neurologista responsável pelo estudo.

Foto: Assessoria

6 – Impacto das empresas maquiladoras na economia paraguaia

O impacto da Lei da Maquila na economia paraguaia foi o tema de pesquisa desenvolvida pelo internacionalista Ricardo Elias Antunes Maciel, no Mestrado em Integração Contemporânea da América Latina. Instaladas graças a um regime de incentivo concedido pelo governo para estimular o crescimento do país, as empresas maquiladoras são criticadas por muitos teóricos, que indicam que essas organizações não trariam benefícios sociais no país onde se instalam. Porém, em sua pesquisa, Maciel apontou que a instalação das maquiladoras no Paraguai tem “revelado resultados animadores, principalmente quando se fala de um país de tardia industrialização e uma realidade econômica quase que totalmente voltada para a área do agronegócio”.

Em 2017, quando o trabalho foi realizado, eram 120 empresas maquiladoras instaladas, principalmente no Departamento de Alto Paraná, e que empregavam 11 mil trabalhadores. “Além de contribuir para a geração de empregos, a indústria maquiladora tem auxiliado no processo de qualificação da mão de obra. Assim, constata-se que o desenvolvimento econômico sustentado por essas organizações pode contribuir para a superação das mazelas sociais de um país, como é o caso do Paraguai”, explicou. Atualmente, Ricardo Elias Antunes Maciel é professor da Universidade do Oeste de Santa Catarina.

7 – Novas técnicas podem fazer com que o cimento absorva CO2 da atmosfera

A professora Edna Possan, de Engenharia Civil da Unila, desenvolve e coordena várias pesquisas que avaliam como ocorre o sequestro de CO2 pelas estruturas feitas a partir de concreto. O objetivo principal é buscar alternativas para uma das atividades humanas mais poluentes do mundo: a indústria cimenteira. Calcula-se que, a cada tonelada de cimento produzido, 650 kg de dióxido de carbono (CO2) – o principal gás responsável pelo aquecimento global – seja liberado na atmosfera. Isso faz com que cerca de 7% das emissões mundiais de CO2 venham da produção de cimento.

“Os materiais à base de cimento estão o tempo todo reabsorvendo CO2. Mas a ciência, hoje, nos permite calcular essa absorção e controlar essa reação para obter melhores resultados e fazer com que a construção civil tenha um impacto ambiental menor”, explica Edna. Nos laboratórios da Unila, estudantes de graduação e pós-graduação realizam diversos ensaios para verificar em quais condições o concreto tem maior capacidade de sequestro de carbono. As pesquisas são realizadas com o apoio do Laboratório de Tecnologia de Concreto da Itaipu Binacional, que tem convênio com a Unila. Os resultados preliminares já apontam, por exemplo, que estruturas que contêm Resíduos de Construção e Demolição (RCD) aumentam exponencialmente o nível de captura de CO2.

Foto: Assessoria

8 – Análise dos riscos de inundação do rio Boicy

O Rio M’Boicy flui em áreas urbanas de Foz do Iguaçu e encontra-se invisibilizado pelas transformações da cidade. Ganha, no entanto, mais evidência em épocas de chuva, quando inundações acontecem. Com foco nesse cenário, o equatoriano Edgar Ricardo Jacho desenvolveu, para o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Engenharia Civil, a pesquisa “Modelagem do risco de inundação em trechos críticos de rios urbanos: o caso do Rio M’Boicy”.

“O projeto buscou determinar a vazão excedida em diferentes cenários do trecho crítico do Rio M’Boicy, utilizando softwares livres que foram calibrados e validados para modelagem hidrológica e hidráulica. O estudo compreendeu um trecho de 700 metros; e identificamos que, com sujeira e tubos de esgoto, há um ponto crítico, que é uma galeria (abaixo da Avenida Schimmelpfeng) com as maiores vazões excedidas”, contextualiza o estudante. A pesquisa de Edgar foi uma das partes do projeto “Tecnologias apropriadas para mitigação de riscos em áreas urbanas”, que realizou um levantamento das condições da bacia hidrográfica da região. O trabalho apontou um conjunto de técnicas que podem ser adotadas para evitar inundações.

Foto: Assessoria

9 – Novas formas de combate a Leishmaniose Canina

Foz do Iguaçu é considerada área endêmica para a leishmaniose canina visceral. Em 2017, foram 1.038 casos registrados no município. Buscando novas formas de combate à doença, o professor da área de Biologia da Unila Kelvinson Fernandes Viana vem realizando, com estudantes de graduação e mestrado, pesquisas para o desenvolvimento de um medicamento e de uma vacina preventiva.

Voltado para animais e humanos, o medicamento que está sendo testado é produzido a partir do óleo essencial de Siparuna guianensis, uma planta comum na região do Cerrado que apresentou, em testes laboratoriais, ação parcial contra o parasito. Já a vacina seria uma alternativa preventiva contra a doença. Já foram obtidos resultados com testes em animais em laboratório e, o próximo passo, é a realização de testes clínicos, obrigatórios para o licenciamento do produto.

Foto: Assessoria

10 – Atlas Ambiental Geográfico reúne informações inéditas de Foz e região

O estudante de Geografia da Unila Vinícius Fernandes de Oliveira elaborou um atlas ambiental e geográfico sobre a microrregião de Foz do Iguaçu, como parte de um projeto de iniciação científica. O atlas reúne mapas e informações sobre hidrografia, geomorfologia, solos, vias de circulação, Produto Interno Bruto (PIB) e população dos 11 municípios que compõem a microrregião de Foz do Iguaçu. O atlas está disponível na página. O acesso é gratuito e aberto.

Além de mapas coletados de várias fontes oficiais (IBGE, IAPAR e DSG), o Atlas apresenta mapas comparativos sobre o uso das terras e de carbono no solo, no período de 1980 e de 2017, resultado de uma pesquisa desenvolvida pelo professor Samuel Adami. Por meio desse comparativo, foi possível observar, por exemplo, a dimensão do aumento das áreas urbanas e da diminuição das áreas em regeneração, na microrregião de Foz do Iguaçu. “O público pode utilizar o atlas para conhecer melhor o lugar onde vive e como ponto de partida para refletir sobre seu papel na construção desse lugar”, aponta o docente.

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