Segundo dados do Ministério da Saúde (MS) por causa do aumento dos casos da dengue, 101 municípios brasileiros estão em estado de alerta.
Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, além do Distrito Federal, declararam situação de epidemia.
No Centro-Oeste, o crescimento no número de casos de dengue aumentou agressivamente. Em Mato Grosso do Sul, já são 20 mil casos notificados, os casos aumentaram 500% no estado. Agentes de saúde intensificam o combate ao mosquito em Goiânia e arrombam imóveis abandonados, com autorização da Justiça. Há até um projeto para cobrar multa para quem não se mobilizar.
Além de todo o alarde, o MS diz que o país não vive uma epidemia da doença. ”Em termos de uma avaliação para o país essa ocorrência no momento é muito localizada em alguns poucos estados e em alguns poucos municípios”, diz o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho.
Mesmo com o descaso do governo Federal, agentes comunitários da saúde ou dos Centros de Controle de Zoonoses (CCZ) municipais batem de porta em porta dando orientação a moradores, mas o problema não está apenas dentro das casas. Onde há entulho e lixo espalhado, até mesmo pequenos objetos servem de depósito para a água da chuva e para as larvas.
Não é só a região central que sofre com a típica endemia de verão, São José do Rio Preto é a cidade de São Paulo com maior número de casos. Lá já está faltando repelente. As farmácias estão sem estoques.
Vírus – Outro preocupante é o vírus da dengue, tipo 1, que não era registrado há 10 anos, contra o qual as pessoas normalmente não têm imunidade. “Temos o vírus dengue 1, que já circulou na primeira metade da década de 1990 e agora circula novamente com intensidade. Isso expõe um número maior de pessoas que ainda não estão imunes”
Fronteiras – Por agir somente em momentos de epidemia, o Ministério da Saúde sofre reclamações dos agentes de saúde por não realizar um trabalho mais eficaz em suas barreiras sanitárias, nas fronteiras com os países que estão sofrendo com a doença, como é o caso do Paraguai e da Argentina.
Na cidade argentina que divide fronteira com o Brasil, Puerto Iguazú, o governo está distribuindo repelentes de forma gratuita para turistas e residentes. Na última semana sete pessoas ficaram internadas com sintomas da dengue.
Morte – No norte do Paraná, um idoso morreu vítima de dengue hemorrágica, o último caso em Londrina havia ocorrido em 2003. A morte foi a primeira este ano, ocorreu no dia 4 de fevereiro, mas a confirmação foi anunciada na quarta-feira (24). Até o momento, foram registrados este ano no Paraná 530 casos de dengue, 398 deles autóctones, ou seja, a infecção ocorreu dentro do estado.
Sintomas – O vírus da dengue pode se apresentar de quatro formas diferentes, que vai desde a forma inaparente, em que apesar da pessoa está com a doença não há sintomas, até quadros de hemorragia, que podem levar o doente ao óbito.
Há suspeita de dengue em casos de doença febril aguda com duração de até sete dias e que se apresente acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas juntas, prostração e vermelhidão no corpo.
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