Encerrou nesta sexta-feira, 19, a 15ª edição do Congresso Latino-Americano de Software Livre e Tecnologias Abertas (Latinoware). O evento, que pela primeira vez foi realizado no Centro de Convenções de Foz do Iguaçu, reuniu quase 4 mil pessoas de nove países: Brasil, Argentina, Paraguai, Colômbia, Venezuela, Peru, Cuba, Estados Unidos e Dinamarca.
Além de ganhar mais espaço, esta edição do evento – que é realizado pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e pela Itaipu Binacional – também ampliou a sua programação, promovendo mais de 250 atividades e discussões sobre uma grande variedade de temas como Desenvolvimento de Sistemas, Segurança e Privacidade na Internet, soluções tecnológicas de Inteligência Artificial, Robótica, Automação, Negócios, Impressoras 3D, Aprendizagem Criativa e Internet das Coisas, entre outros.
Uma das novidades deste ano foi a realização do 1º Hackaton Latinoware 2018, um desafio lançado aos jovens para desenvolverem soluções para problemas sociais. Os vencedores da maratona foram Kaique Spagnol e Michel Cassol, do Instituto Federal do Paraná (IFPR) – Campus Palmas, que apresentaram um aplicativo focado na mobilidade urbana.
A segurança da informação foi outro tema bastante discutido durante o evento. O engenheiro de redes Marcos Sungaila trouxe dados preocupantes em sua palestra. De acordo com o especialista, apenas no ano passado os custos globais de crimes cibernéticos alcançaram os US$ 608 bilhões. Para 2021, a previsão é que esse valor alcance os US$ 6 trilhões. Sungaila explicou como acontecem os ataques, demonstrou as principais fragilidades do sistema, esclareceu dúvidas do público e alertou: “O ser humano é o fator mais vulnerável para facilitar um ataque cibernético”.
Idealizado para fazer a relação entre a tecnologia e a educação, o 1º LatinowareEDU foi realizado em parceria com a Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa – braço do MIT MidiaLab no Brasil – e já nesta primeira edição reuniu cerca de 200 pessoas em suas atividades que incluíram assuntos como computação criativa e robótica educacional. De acordo com o curador do evento, Felipe Gonzalez, a iniciativa pode resultar em um legado importante. “Trazer uma área educacional para dentro do Latinoware é um ciclo e uma forma de aproximar educadores e entusiastas da tecnologia. Vamos ver se conseguimos mensurar esse legado, essa sementinha que plantamos nesse educador, para o próximo evento. Já ver quem veio assistir sendo protagonista e apresentando seus trabalhos”, ressaltou.
Em um dos momentos mais aguardados pelo público do Latinoware, o 1º Concurso de Cosplay de Cosplay premiou Carolina Oliveira de Souza, que se apresentou como Katrina, a Lâmina Sinistra do game League of Legend (LoL). Figura já carimbada do evento, John “Maddog” Hall, em sua palestra traçou uma breve linha do tempo com análises e críticas ao desenvolvimento da tecnologia desde 1969, ano de origem do Linux, até a atualidade; identificando desafios, competências, falhas e riscos para posteridade.
Novo espaço aprovado
De acordo com Duda Nogueira, coordenador de Grade do Latinoware, o novo local para a realização do evento foi aprovado. “O Centro de Convenções se mostrou uma excelente opção, um espaço que conseguimos integrar vários ambientes para discutimos temas e tecnologias que irão revolucionar o mercado. Hoje estamos discutindo tecnologias que certamente vão revolucionar os próximos 20 anos. Essa informação é muito preciosa, talvez seja um dos maiores legados sociais que a gente tenha e de conhecimento que o PTI e a Itaipu conseguiram promover para nós”, destaca. Nogueira também ressaltou a importância das caravanas (foram 81 nesta edição). “Tivemos uma estratégia muito bacana. Em muitas cidades do Brasil inteiro criaram-se comunidades envolvidas com o tema e com esse tipo de estratégia foi possível criar e ampliar esse público. É uma tradição caravanas virem para o evento”.