Foi inaugurado na manhã desta segunda-feira (29) a Biofábrica Wolbachia em Foz do Iguaçu, destinada ao desenvolvimento de mosquitos para combater a dengue.
A iniciativa, apoiada pela Secretaria Estadual de Saúde, é uma nova tecnologia para enfrentar o Aedes aegypti e outras arboviroses no Paraná. O projeto conta com a parceria do Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto World Mosquito Program (WMP) e Prefeitura de Foz do Iguaçu.
Nos laboratórios da nova biofábrica de Foz do Iguaçu, com 166 metros quadrados, será desenvolvido o método, que consiste na liberação de mosquitos a fim de evitar a transmissão dessas doenças. Chamados de Wolbitos, eles não são geneticamente modificados e não transmitem outras doenças. Até o fim do ano está prevista a liberação de 26.156.800 Wolbitos (1.307.840 por semana) em 13 bairros do município. Uma van percorrerá essas regiões uma vez por semana, soltando os insetos, que estarão em tubos.
Desde 2019, a Sesa sinalizou ao Ministério da Saúde a necessidade de novas tecnologias no combate à dengue no Paraná, com a participação do GT Itaipu Saúde. Para a seleção dos municípios foram considerados aqueles com mais de 100 mil habitantes que são responsáveis pela maior parte dos casos de arboviroses urbanas, o clima da região, o número de casos prováveis de dengue nos últimos 10 anos, a incidência de doença nos últimos cinco anos e a presença de aeroporto.
World Mosquito Program
O World Mosquito Program (WMP) é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que visa proteger comunidades das doenças transmitidas por mosquitos. Desde seu início no norte da Austrália, em 2011, o programa opera em 14 países, incluindo o Brasil, onde o Método Wolbachia é conduzido pela Fiocruz em parceria com governos locais, atuando em cidades como Rio de Janeiro, Niterói, Campo Grande, Belo Horizonte e Petrolina.
Método Wolbachia
O Método Wolbachia envolve a liberação de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, que impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana. Com o tempo, a população de mosquitos com Wolbachia aumenta naturalmente, tornando o método autossustentável e ambientalmente amigável. A Wolbachia, presente em 50% dos insetos, não é transmissível a humanos ou outros mamíferos, garantindo que não haja impacto ecológico significativo.
Nova Biofábrica
Localizada na Rua Carlos Kapfemberg, 611 (Bairro Vila Boa Esperança), a biofábrica permitirá a produção do método Wolbachia para impedir a transmissão de doenças como dengue, Zika e chikungunya. Durante o evento de inauguração, houve a soltura de mosquitos e visitação às novas instalações.