Principal produtor de soja do Paraná, Cascavel, na Região Oeste, será o hub logístico da Nova Ferroeste. A previsão, de acordo com os estudos preliminares de traçado e demanda, é que pelo terminal de transbordo já instalado na cidade passem mais de 8 milhões de toneladas de grãos por ano.
A estimativa integra o documento técnico sobre o modal apresentado nesta quinta-feira (25) para parte do setor produtivo do município, em reunião na sede da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic). A ferrovia que vai ligar Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá terá 1.285 quilômetros de extensão.
“Até pela localização geográfica, Cascavel será o grande polo de atração de cargas do Paraná. Sem contar que o município já tem uma estrutura estabelecida com o terminal da Cotriguaçu, que movimenta cerca de 4 a 5 mil contêineres por mês”, destacou o coordenador do Grupo de Trabalho Ferroviário do Estado do Paraná, Luiz Henrique Fagundes. “Por tudo isso, Cascavel é sem dúvidas o hub logístico da Nova Ferroeste”.
O estudo preliminar avaliou a existência de cinco terminais ao longo da ferrovia. Além de Cascavel, aparecem na sequência pela ordem de movimentação, os pontos de Maracaju, marco zero do projeto, com possibilidade de transbordo de aproximadamente 6,5 milhões de toneladas/ano de grãos; Amambai (MS), com 4,5 milhões de toneladas/ano; Guaíra, com pouco mais de 4 milhões de toneladas/ano; e Foz do Iguaçu, com cerca de 2,5 milhões de toneladas/ano.
FERROVIA
O projeto busca implementar o segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do País, unindo dois dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro. Apenas a malha paulista teria capacidade maior.
A área de influência indireta abrange 925 municípios de três países. São 773 do Brasil, 114 do Paraguai e 38 da Argentina. No Brasil, impacta diretamente 425 cidades do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, totalizando cerca de 9 milhões de pessoas. A área representa 3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
A expectativa, de acordo com os técnicos, é que pela Nova Ferroeste seja possível o transporte de 54 milhões de toneladas por ano – ou aproximadamente 2/3 da produção da região. 74% seriam de cargas destinadas para a exportação.