A menos de 10 metros do eixo central onde será erguida a segunda ponte entre o Brasil e o Paraguai, ligando Foz do Iguaçu a Presidente Franco, os presidentes dos dois países vão se encontrar na sexta-feira, 10, para lançar a pedra fundamental da obra e assinar os convênios de delegação da construção e também do repasse de recursos de Itaipu.
O encontro dos presidentes Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez para a solenidade de assinaturas será às 13h, no Marco das Três Fronteiras, na região do Porto Meira, em Foz do Iguaçu. Participam da cerimônia ministros de Estado, diretores e conselheiros da Itaipu, representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e do Governo do Paraná, entre outras autoridades.
Nesta segunda-feira, 06, a comitiva precursora, que prepara a visita do presidente da República, esteve no local para os preparativos do evento. O diretor de Coordenação da Itaipu, Newton Kaminski, recepcionou o grupo acompanhado de uma equipe da binacional e de representantes de órgãos de segurança e apoio.
Será a segunda vez que os dois presidentes se encontrarão em Foz do Iguaçu. Bolsonaro e Mario Abdo Benítez estiveram na cidade no dia 26 de fevereiro, durante a solenidade de posse do general Joaquim Silva e Luna como diretor-geral brasileiro de Itaipu.
Mais progresso
A segunda ponte é um sonho de mais de 30 anos e o início de sua construção foi assumida pelo presidente Bolsonaro logo depois de sua posse. A obra é considerada estruturante e movimentará a economia da região. Todos os custos serão bancados pela Itaipu, sem nenhum impacto na tarifa paga pelo consumidor de energia.
Segundo o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, a ponte permitirá, no futuro bem próximo, a integração de grande parte da América Latina. “Por aqui passarão riquezas que trarão desenvolvimento e renda para nossas populações.”
Silva e Luna avalia que a obra é fundamental porque evitará gargalos no tráfego entre os países, eliminará o trânsito de veículos pesados da área central de Foz do Iguaçu e tornará as cidades desta fronteira um “hub”, um centro de conexão regional, uma interligação de países. A estimativa é que a obra seja concluída em 36 meses, ou seja, durante a gestão do presidente Bolsonaro e de Silva e Luna.
Recursos
A construção tem custo previsto de R$ 456.138.389,24, considerando obras da estrutura, desapropriações e a construção de uma perimetral no lado brasileiro. Todos os recursos serão realocados de acordo com a política de austeridade da Itaipu para essa construção, considerada de grande impacto social.
Com a nova ligação Foz do Iguaçu – Presidente Franco, a Ponte Internacional da Amizade, que existe há 54 anos, ficará exclusiva para veículos leves e ônibus de turismo.
A obra vai movimentar a economia de boa parte da América Latina, principalmente as do Brasil, Paraguai, Argentina, Chile e Bolívia. No lado paraguaio, o município de Presidente Franco estuda um projeto para readequar a cidade às obras complementares da ponte. Isso porque o município paraguaio fica praticamente isolado da mais movimentada fronteira do Brasil, que é a Ponte da Amizade.
Naquela cidade vivem 93 mil habitantes às margens dos rios Paraná e Iguaçu. Hoje, Presidente Franco só tem ligação rodoviária com Ciudad del Este (e dali para o resto do país). Já em Foz moram cerca de 260 mil pessoas.
Balsa
Hoje, por exemplo, a ligação de Presidente Franco com Puerto Iguazú, na Argentina, ainda é feita só de balsa, que sai do Marco das Três Fronteiras, no lado paraguaio, até chegar ao porto da cidade argentina.
Com a segunda ponte Brasil-Paraguai, a ligação por terra com a Argentina será facilitada, ao menos para o tráfego comercial. Presidente Franco também passará a fazer parte de um centro de conexão rodoviária não só com o Brasil, mas com a Argentina e outros países da região.