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Atlas inédito mostra potencial energético do Paraná

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O Paraná tem um grande potencial energético solar a ser explorado. A média dos valores de irradiação e de produtividade do Estado é maior do que em 29 países da Europa e 59% superior à média da Alemanha, país com a maior capacidade instalada do mundo. Essas informações fazem parte do último levantamento, feito em 2006. Essa base de dados está passando por uma atualização e fará parte do primeiro Atlas de Energia Solar do Paraná. A previsão é que a publicação seja lançada na segunda quinzena de abril.

O Atlas Solar Paranaense trará um raio X completo do potencial de cada um dos 399 municípios do Estado. Os resultados desse trabalho inédito poderão servir de base para a elaboração de políticas públicas de incentivo à ampliação do uso dessa fonte de energia renovável no Paraná por meio de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica (SFVCR). O levantamento é uma iniciativa da Itaipu Binacional, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Potencial e distribuição

Com uma área de 199.880 km² e uma população de 10.444.526 habitantes, distribuída em 399 municípios, o Paraná teve em 2013 um consumo de 27 milhões de megawatts-hora (MWh). Quase 93% de toda a eletricidade consumida em território paranaense é proveniente de hidrelétricas, mas há a necessidade de se diversificar a matriz com outras fontes de energia limpa e renovável. E, apesar do grande potencial de SFVCR apresentado pelo Estado, o número desses equipamentos instalados em território paranaense é muito pequeno.

Para o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Herlon Goelzer de Almeida, “faltam informações e incentivo para a disseminação desta fonte. Quanto mais diversificada for a matriz energética, melhor para o País”, afirma. Ele informa ainda que o Atlas de Energia Solar do Paraná será público e de fácil acesso por qualquer pessoa ou instituição. O material será distribuído em versões impressa e eletrônica (em pen drives) e poderá ser baixado, via Internet, de sites do PTI e de outras instituições parceiras interessadas em sua difusão.

Herlon adianta ainda que a partir de agosto deverá ser colocado à disposição do público um aplicativo para que os consumidores dimensionem suas necessidades de investimento em energia solar a partir dos dados de suas faturas de energia elétrica.

De acordo com o professor Gerson Tiepolo, coordenador do projeto, a ferramenta colocará à disposição dos usuários informações de radiação solar em qualquer ponto do Estado, permitindo que o consumidor faça simulações quanto ao SFVCR necessário para atender suas necessidades de energia elétrica.

Incipiente

Embora o Paraná tenha um grande potencial para utilização de SFVCR, é pouco o investimento no setor. Os projetos que mais se destacam são o Escritório Verde da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Campus Curitiba, com capacidade de 2,1 quilowatt-pico (kWp). Primeiro sistema em operação do Estado, foi instalado em dezembro de 2011, antes da Resolução 482/2012 da Aneel. O outro é o da empresa Elco Engenharia, de 8,64 kWp, homologado em outubro de 2013.

Só para se ter uma ideia, de acordo com dados do Atlas Solar de 2006 (levantamento nacional), o Estado que apresentava até então menor valor anual de irradiação e de produtividade no Brasil seria Santa Catarina, com 1.644 kWh/m² ano, e 1.233 kWh/kWp/ano. A Bahia seria o Estado mais solar, com 2.246 kWh/m² ano e 1.684 kWh/kWp/ano. A média total no Brasil estaria em 2.001 kWh/m²/ano e 1.501 kWh/kWp.

O mesmo atlas nacional mostrava que 12 estados tinham médias inferiores ao Paraná e 14 acima. Já na média, a proporção seria idêntica à do Brasil. Em relação às maiores médias anuais encontradas (Distrito Federal – 5.779 km², Goiás – 340.111 km² e Piauí – 251.611 km²), a produtividade local (199.880 km²) era 7,5% inferior. Na comparação com a Bahia, ficava 3,34% atrás.

Atlas Paranaense

O atlas é composto por um conjunto de mapas com valores de produtividade estimada total anual, média diária sazonal e média diária mensal do Paraná. O estudo mostrará que o incentivo à geração de energia elétrica por meio de fontes renováveis de energia tem crescido gradativamente de forma global e também no Brasil.

Uma das principais vantagens é que a energia solar é uma fonte alternativa que permite a geração de eletricidade de forma distribuída e próxima ao ponto de consumo, também de forma limpa e renovável, a exemplo da hidreletricidade.

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