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Antes de tomar posse Evo Morales passa por ritual de limpeza pré-inca

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Antes de assumir o segundo mandato, o presidente reeleito da Bolívia, Evo Morales, passa nesta quinta-feira (21), durante toda a manhã, por um “ritual de limpeza” . A cerimônia é um costume típico dos povos indígenas pré-incas. As energias dos ancestrais são atraídas para Morales como garantia de sabedoria e êxito para mais cinco anos de governo. O local escolhido é um dos principais pontos turísticos do país: as ruínas de Tiwanaku.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou o assessor especial para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, para representá-lo nas cerimônias de quinta e sexta (22) – que será a transmissão de posse oficial. Morales decretou feriado nesta sexta-feira. Amanhã, no fim do dia, quem quiser poderá participar de uma festa popular no Estádio Hernando Siles.
 
O povoado onde será celebrado o ritual fica a 75 quilômetros de La Paz (capital administrativa do país). Também em 2006, quando tomou posse do primeiro mandato, Morales submeteu-se à mesma cerimônia de bênçãos. Para a celebração foi escolhido o templo de Kalasasaya, localizado na região da pirâmide de Akapana.
 
 
Para a cerimônia, Morales deverá vestir uma túnica nas cores branca e preta que, segundo os povos indígenas da região do alto da Bolívia, simbolizam prosperidade, sabedoria e êxito. Uma anciã e uma menina conduzem a cerimônia. A ideia é que o descendente indígena seja guiado pelos espíritos da sabedoria no período em que estiver no comando. Morales aproveita para agradecer suas conquistas às energias dos antepassados.
 
Eleição – Morales conseguiu promover as eleições de dezembro após mudar a legislação eleitoral. As mudanças garantiram a possibilidade de reeleição e sua permanência no governo por mais cinco anos. Quarta (20), seus ministros colocaram os cargos à disposição, alegando que facilitariam para Morales decidir sobre uma eventual reforma ministerial.
 
Em meio às mudanças de assessores, Evo Morales está às voltas com as eleições regionais de 4 de abril. O objetivo dele é assegurar maioria também no poder regional, uma vez que tem apoio majoritário na Câmara e no Senado, além de entidades civis. Em pouco mais de dois meses serão realizadas eleições para nove governadores, 234 deputados estaduais, 327 prefeitos e 1.700 conselheiros municipais. 
 
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