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Maquete do futuro estádio do Corinthians, em São Paulo |
A abertura da Copa do Mundo de Futebol em 2014 na cidade de São Paulo ainda não tem as garantias financeiras necessárias. O projeto do estádio do Corinthians, indicado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para fazer o jogo inaugural do torneio, prevê 48 mil lugares, cerca de 20 mil a menos que o exigido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). Para a ampliação do espaço, a arena que hoje tem o custo calculado em até R$ 350 milhões teria de receber um aporte de mais R$ 180 milhões, quantia ainda não garantida pela inciativa privada.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o governador do estado, Aberto Goldman, descartaram na segunda-feira (30) a presença de investimentos públicos no estádio corintiano. De acordo com o presidente do Corinthians, Andres Sanchez, a construtora Odebrecht, responsável pela obra, arcará com os R$ 350 milhões em troca de explorar o naming rights (direito de dar nome a um empreendimento ou espaço físico) da nova arena. No entanto, os R$ 180 milhões necessários para a ampliação do estádio não estão garantidos.
“Para fazer o upgrade para 20 mil pessoas, são mais R$ 180 milhões que nós ainda vamos fazer a engenharia financeira com as pessoas envolvidas para chegar à conclusão melhor”, disse o presidente do Corinthians, sem garantir que o clube conseguirá o aporte. “Se não der tempo, [o estádio] pode ficar só 48 mil [lugares]”, completou.
Gilberto Kassab e Alberto Goldman garantiram os investimentos públicos para as obras de infraestrutura no entorno do estádio, na zona leste da capital. No entanto, o prefeito admitiu a hipótese de a abertura da Copa não se realizar na capital, caso o número de lugares da arena não seja ampliado em obediência às normas da Fifa. “Estamos anunciando um estádio que poderá ter a abertura da Copa do Mundo. Se não der certo para o Corinthians, a abertura não será em São Paulo”, disse.
Kassab ainda afirmou que a prefeitura também trabalha com a possibilidade de a Arena Palestra Itália receber os jogos do Mundial de 2014. “A nova arena do Palmeiras é um hipótese para que a gente possa fazer os jogos da Copa do Mundo. Tudo que pode ser feito de apoio, foi feito”, ressaltou.
Na opinião do governador, no entanto, a abertura da Copa deverá mesmo ser no novo estádio a ser construído pelo Corinthians. “A CBF disse: nós temos interesse e vamos dar apoio ao Corinthians para poder fazer esse upgrade. E entendemos que isso será possível, nos disse o Ricardo Teixeira. Se isso é possível do lado de lá, é possível a prefeitura e o estado fazer as intervenções [na infraestrutura]. Não há, na minha opinião, dúvidas. Hoje podemos dizer, esse será o estádio da abertura da Copa”, afirmou.
Em reunião realizada na última sexta-feira (27) com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no Rio de Janeiro, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o governador Alberto Goldman receberam a confirmação da entidade de que o novo estádio do Corinthians poderia receber os jogos da Copa e, até mesmo, o jogo de abertura do maior evento do futebol mundial.
A tentativa inicial do governador e do prefeito foi de convencer Ricardo Teixeira da possibilidade de utilizar o Estádio do Morumbi, do São Paulo Futebol Clube, para os jogos da competição. Mas Teixeira reforçou que esta opção estava totalmente descartada para a Copa do Mundo de 2014.