A Foz do Povo: músicos sugerem investimentos e valorização dos talentos locais

 

Felipe Diniz, integrante da banda Extrusados faz uma reflexão sobre a situação atual, as iniciativas que deram certo e o que pode ser melhorado: 

Como nas grandes cidades e polos de cultura do país, Foz é muito bem representada quando se trata de música, seja em sua produção e/ou execução, tendo a oferecer os mais diversos e controversos estilos.  Que a cena musical atual de Foz de Iguaçu é excelente não é novidade pra ninguém, basta sair e conferir o que tem disponível nas noites da fronteira. É possível encontrar em esquinas que se seguem a malemolência do Samba-rock de alta classe d’O Quarteto, o peso internacionalmente conhecido do Anchor e a Corleonemania que só cresce, a música erudita com da Orquestra de Violões Sonarte, além das mais de 50 duplas sertanejas que vieram com essa onda universitária, entre outros e etc. mesmo.

Porém, o espaço fundamental, aquele que não se limita a esquinas, bares e praças, é muitas vezes deixado pra segundo plano, seja por conflito de interesses ou por falta de organização

A Casa do Teatro, o Zeppelin Old Bar e Cooperativa Paranaense de Cultura realizam 2/3 do que é feito a favor da música da cidade – veja bem, DA cidade, paralelamente, representam também três diferentes organizações. É notório que tem muito que se trabalhar e melhorar, sempre. É preciso foco e interesse, há movimentações que projetam um futuro menos excludente e mais saudável, para que se torne realidade é necessário esperar menos e providenciar mais, todos os lados podem ser beneficiados com isso.
 

 

Márcio Duarte pontua mudanças que beneficiariam os músicos locais: 
 

Acredito que oportunidades de eventos para os artistas apresentarem os seus trabalhos seria interessante, porém não eventos como os que já temos na cidade, que colocam bandas locais para tocar em dias e horários que não vai ninguém já que os melhores horários sempre são para os artistas de fora e com maior nome.

Uma concha acústica seria muito interessante para os músicos, independente do estilo de música, com isso gera mais público e interesse das pessoas em aprender a tocar algum instrumento também.

Apoio para músicos que desejam lançar um trabalho de qualidade, ou seja, não sair distribuindo dinheiro, mais apoiar com o que for possível para fazer com que esse artista consiga levar o nome da cidade para outros lugares apresentando a sua arte. 

Remuneração para os músicos locais quando tocam em eventos públicos, para incentivar e também profissionalizar o cenário.
Investir em projetos musicais para interagir com a população, gerando interesse pela música como arte e fortalecendo a cultura da cidade (colocando músicos da cidade para apresentarem esses projetos) e lincando com outros seguimentos (por exemplo o evento de bike que teve show).

 

Bruno Barreto – baixista da banda Anchor – têm sonhos de organizar um grande festival com bandas internacionais em Foz do Iguaçu, mas, acredita que o município precisa de alguns anos para evoluir e que grandes eventos só irão acontecer quando houver união e incentivo da iniciativa pública e privada: “Precisamos de mais eventos culturais que nos deem oportunidade, sem explorar, além da criação de um espaço para que os shows aconteçam. Quando realizamos um evento particular fica muito difícil você conseguir fazer um show bom e grande sem prejuízo. Algum tipo de acordo de fronteira para facilitar a visita de músicos de outros países aqui seria muito bom. Eu não duvido do público de Foz, temos público suficiente para trazer bandas grandes de fora, só falta investimento”.

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