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A farra dos táxis, o prejuízo ao cidadão e a omissão dos órgãos de fiscalização

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Amigos,
ouvi dizer que a Câmara Municipal de Foz aprovou novas concessões de táxi na cidade. Confesso, no entanto, que tenho minhas dúvidas quanto à verdadeira necessidade desta medida.

Há tempos escrevi neste portal sobre a festa que muitos taxisitas fazem em nossa cidade. Desde o não uso do taxímetro até se recusarem a fazer corridas curtas para moradores.

Para ilustrar, quero relatar um fato acontecido comigo há alguns dias.

Era algo em torno de meio-dia. Precisei pegar um táxi para ir da região da Avenida Brasil para o a região do Colégio Agrícola e, chegando em um Ponto abordei um motorista:

– Boa tarde, eu preciso de um táxi.
– O senhor vai pra onde?
– Para a Vila Yolanda.
– Olha, com as festas de final de ano, estamos dando preferência aos passeios.

Sim, caro leitor, passeios.

"Passeios para o Paraguai, Argentina, Cataratas, etc", explicou, educadamente o taxista, que fica na parada perto de um Hotel na região central.

Logo em seguida, vieram alguns estrangeiros e embarcaram no táxi.

Como não havia mais carros no Ponto, fui obrigado a andar algumas quadras até encontrar um taxista disposto a me atender.

Este breve relato comprova uma questão já exposta aqui no Clickfoz por este colunista: em Foz há uma distorção sobre a função dos táxis e do serviço que devem prestar ao cidadão e à cidade.

Táxi é concessão pública.

Sua função atender os moradores e visitantes para fazer corridas.

Quando um taxista fica "à disposição" durante horas, inclusive fora do país, está gerando uma falta de atendimento na cidade. Além disso, muitos motoristas de táxi cumprem o papel de guia de turismo, algo que, creio eu, não têm treinamento adequado para fazer, prejudicando a categoria dos guias e, literalmente, lesando o turista.

Ao expor o problema para alguns amigos, muitos me disseram "há falta de táxis em Foz".

Creio que não.

O que há, como falei, é um desvio de função. E desvio do entendimento por parte do motorista que ele presta um serviço – uma concessão pública, repito – à cidade e deve trabalhar para tal.

Erra o taxista que lesa o usuário. Erra a fiscalização que fecha os olhos para o problema. Sai prejudicada a categoria dos guias que vêem seu serviço diminuir a cada dia. Sai prejudicado o morador da cidade, refém de um serviço capenga.

Assim, ao invés de novas concessões, Foz precisa investir em um aprimoramento da fiscalização, visando orientar os atuais taxistas acerca de sua adequada atribuição e função, e punir os infratores.

Assim, ganhamos todos: os taxistas que vão poder contribuir com nossa cidade e nós, cidadãos ou visitantes, que teremos um bom serviço e uma boa impressão sobre Foz do Iguaçu.

 


 

* Luiz Henrique Dias é escritor, dramaturgo e analista do dia-a-dia. Lançou em dezembro seu novo livro "O Amor Remove Caninos" em Foz do Iguaçu. Leia mais emluizhenriquedias.com.br ou siga ele no twitter: @LuizHDias

 

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