Nesta terça, embarquei em um ônibus no Centro e fui em direção ao Norte da cidade. Como é comum nas linhas que fazem tal trajeto, passei pela região da Ponte da Amizade e, precisamente, às margens da BR 277, fiz uma reflexão que quero compartilhar, agora, com você, amigo leitor.
Eu poderia levar o debate acerca da poluição visual mais além, e teria assunto para alguns artigos. Mas vou centrar nosso texto de hoje apenas nas margens da BR 277, próximo à Ponte. Estar ali é visualmente assustador. Seja pelo trânsito, pelo excesso de motoqueiros-malabaristas, seja pela quantidade enorme de pessoas que tentam, a todo instante, abordar outras pessoas para oferecer serviços diversos, como estacionamento, eletrônicos, transporte para o outro lado da ponte, bebidas, etc.
Creio não haver outra forma de concentração urbana em ambiente como aquele, tendo em vista que é, apenas, uma zona de passagem, onde não existe, por parte dos passantes, compromisso algum com a cidade. A única coisa que pode ser feita pelo Poder Público para melhorar – um pouco – o visual é regulamentar o uso de publicidade.
Tenho a impressão, todas as vezes que passo por lá – pela região da Ponte – que ali não é Foz do Iguaçu. Por mais que não tenhamos na cidade regras claras quanto ao uso da publicidade, há, minimamente, um bom senso. Mas ali, não. Colocam placas em frente de placas, outdoor sobre outdoor, ocupam as fachadas, as sacadas, as marquises e as platibandas. Veja, por exemplo, a visão que os turistas têm ao passar pela Aduana brasileira.
E o que se fazer?
Penso que a cidade é um todo. Não podemos só ficar reclamando dos problemas do Centro e do entorno, com eu inclusive faço em minha coluna, admito, mas temos que olhar os bairros, as áreas turísticas e, principalmente, a região da Vila Portes. E esse é só um dos problemas do bairro que, pela minha visão, tem regras próprias de convívio. E isso é ruim para a cidade.
Acredito ser preciso se retirar dali boa parte dessas placas publicitárias ou, pelo menos, colocar algum tipo de ordem. Do jeito que está, é muito feio e, ao meu ver, pouco cidadão.
Eu segui minha viagem pensando o quanto poderíamos fazer para tornar aquele lugar mais agradável e dar, ao cidadão – e ao turista – que passa por ali, uma outra impressão de Foz. Como sendo uma cidade organizada e regulamentada. Saí pensando que, se uníssemos interesses, todos saíram ganhando, principalmente quem mora na região ou tira seu sustento dali. Uma cidade boa não se faz com grandes projetos, com grandes obras. Se faz com grandes cabeças e, principalmente, com a educação cidadã.
* Luiz Henrique Dias é encenador da Cia Experiencial O Teatro do Excluído e comunista (convicto). Ele é o cara que todos os dias, quando pega o ônibus, manda uma mensagem para o Diretor do FozTrans reclamando do serviço prestado pelas empresas. O Luiz nunca recebeu uma resposta, nem por mensagem e nem por lugar nenhum, apesar de saber que o número de telefone do Diretor está correto e que ele – o Diretor – reclama das mensagens para pessoas próximas. Julgamos o Luiz – e o Diretor do FozTrans também deve julgar – um chato. Leia mais em luizhenriquedias.com.br e siga ele no Twitter: @LuizHDias
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