Gestantes e bebês do Paraná poderão contar com serviços ambulatoriais especializados a partir do segundo semestre deste ano. Em todo o Estado serão implantados os Centros Mãe Paranaense, que oferecerão atendimento especializado em obstetrícia, ginecologia e pediatria.
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Em todo o Estado serão implantados os Centros Mãe Paranaense, que oferecerão atendimento especializado em obstetrícia, ginecologia e pediatria. |
O anúncio foi feito pelo secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, nesta quinta-feira (11), durante encontro do ComSUS, programa estadual que destina recursos aos Consórcios Intermunicipais de Saúde para ampliar a oferta de cirurgias eletivas ambulatoriais, consultas e exames especializados à população.
Caputo Neto disse que a medida faz parte da estratégia da Rede Mãe Paranaense que garante atendimento de qualidade em todas as fases da gestação. “O governador Beto Richa está trabalhando forte para que a gestante tenha acompanhamento desde o pré-natal, parto e pós-parto, garantindo uma gestação segura e com mais saúde”, afirmou o secretário.
Os Centros Mãe Paranaense estarão vinculados aos Centros de Especialidades do Paraná, que estão sendo implantados de forma regionalizada e em parceria com os Consórcios municipais. Hoje existem dois Centros de Especialidades do Paraná em construção e mais sete terão as obras iniciadas ainda em 2013.
Enquanto essas unidades ainda não estão concluídas, os Centros Mãe Paranaense serão instalados dentro dos centros de especialidades já existentes em diversas regiões do Estado.
Segundo a superintendente de Atenção à Saúde, Márcia Huçulak, o novo serviço vai contribuir para a redução dos índices de mortalidade materna e infantil do Estado, visto que o Centro Mãe Paranaense está focado no acompanhamento de gestantes e bebês com risco intermediário e alto risco.
“Gestantes com histórico de hipertensão, diabetes, obesidade e outras condições crônicas necessitam de atenção especial. A partir de agora terão um espaço específico para serem acompanhadas. Além disso, após o parto, os bebês dessas mães precisam de tratamento diferenciado, principalmente porque muitas vezes nascem de forma prematura”, explica Márcia.
De acordo com a investigação da mortalidade infantil de 2011, 70% dos óbitos infantis do Paraná foram nos primeiros 28 dias de vida e 55% ocorreram já na primeira semana. Esses índices são resultado da prematuridade dos bebês, sobretudo por conta de casos de hipertensão e infecção urinária durante a gravidez. Para a superintendente, a maior parte desses óbitos pode ser evitada com um pré-natal de qualidade.
TRATAMENTO – O Centro Mãe Paranaense contará com uma equipe multidisciplinar composta por médicos e enfermeiros (gineco-obstetras), cirurgiões pediatras, endocrinologistas, nefrologistas, cardiologistas, farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Eles serão responsáveis por elaborar planos de cuidados que deverão ser seguidos pelos pacientes durante o dia-a-dia.
Este plano de cuidados é essencial para o tratamento de doenças crônicas e sua aplicação deverá ser monitorada pelas equipes de saúde da família. Com esse plano em mãos, a equipe da atenção primária terá um instrumento importante para acompanhar o bem estar da gestante e do bebê. Se o plano for seguido à risca, as chances de complicação na hora do parto serão menores, mesmo que a gestação seja de alto risco.
PARTO – A Rede Mãe Paranaense também preconiza que a gestante saiba, já durante o pré-natal, onde será realizado seu parto. Essa estratégia de vinculação do parto garante que a gestante seja atendida em uma maternidade adequada às suas necessidades clínicas.
Com a vinculação do parto e o processo de qualificação dos hospitais de referência para as gestações de alto risco, o número de óbitos maternos em 2011 caiu 21% em relação ao ano anterior. A tendência é que esses números caiam ainda mais com as melhorias no acompanhamento do pré-natal das gestantes.
MONITORAMENTO – O encontro desta quinta também criou comissões estadual e regionais para monitoramento da aplicação de recursos e implementação das ações previstas pelo ComSUS. “As avaliações serão realizadas trimestralmente a partir de maio deste ano e vão verificar o andamento do programa em todas as regiões do Estado”, explicou a diretora do Núcleo de Apoio à Descentralização, Marise Gnata Dalcuche.
O evento reuniu prefeitos, gestores municipais de saúde, representantes dos consórcios, diretores de regionais de saúde e gestores da secretaria estadual.