A morte do Papa Francisco, primeiro pontífice latino-americano da história, ecoa de forma especialmente profunda na região trinacional (Brasil, Paraguai e Argentina). Mais do que um líder religioso, Francisco foi um símbolo de aproximação, diálogo e esperança para milhões de fiéis — especialmente os que vivem nas bordas da desigualdade – como tantas comunidades aqui em nossa fronteira.
A relevância de sua figura se torna ainda mais evidente quando lembramos que o catolicismo continua sendo a principal religião nos três países: No Paraguai, cerca de 89% da população se declara católica; na Argentina, esse índice gira em torno de 63%, enquanto no Brasil — ainda considerado o maior país católico do mundo — mais de 50% da população ainda se identifica com a fé de roma. Francisco era, portanto, não apenas um líder espiritual, mas um espelho da identidade religiosa e cultural que une boa parte dos moradores da tríplice fronteira.
Argentino de nascimento, jesuíta de formação e voz dos humildes por vocação, Francisco sempre falou a língua do povo — com simplicidade, firmeza e coragem. Seu papado foi marcado pela defesa dos migrantes, pela crítica à cultura do descarte e por um apelo constante à fraternidade entre os povos. Na tríplice fronteira, onde as realidades se misturam e os contrastes são visíveis, essas palavras ganham ainda mais peso.
Sua ausência deixa um vazio, mas também uma missão: manter viva a construção de pontes entre as nações, as crenças e as pessoas. Que o legado de Francisco continue inspirando gestos de paz, justiça social e integração — algo que, aqui na fronteira, nunca foi apenas discurso, mas necessidade.
Crédito Imagem: Prompt de inteligência artificial.