Há de se dizer que, existe uma diferença geográfica entre a fronteira de Foz do Iguaçu e Ciudad Del Este e a fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. Enquanto aqui em Foz do Iguaçu temos um rio demarcando a fronteira e uma infinidade de servidores públicos para fiscalizá-la, a fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero é demarcada apenas por uma rua, e não há fiscalização em toda a sua extensão.
Pelo lado paraguaio, oficialmente – e até o governo brasileiro dar aquele banho de água gelada prorrogando a portaria que mantêm as fronteiras fechadas – as fronteiras com o Brasil deveriam ser liberadas hoje (29/09), o que até o momento do fechamento desta matéria não aconteceu, e provavelmente não deverá acontecer, já que neste dia 29, é comemorado 88 anos da vitória na Batalha de Boquerón, uma das mais marcantes batalhas ocorridas durante a Guerra do Chaco – entre Paraguai e Bolívia – na disputa pela região do Chaco Boreal, e portanto, é feriado nacional.
Já pelo lado brasileiro, devido à prorrogação da portaria que mantêm as fronteiras terrestres e fluviais fechadas, estaremos nessa condição – caso não haja uma revogação da portaria – até 24 de outubro.
Então, legalmente e oficialmente, ainda não podemos ir às compras e nem visitar nossos amigos do lado de lá da fronteira, certo? Pero no mucho mí Pátron!
Uma reportagem do Jornal Campo Grande News, publicada no dia 23, afirma que, um dia após o anúncio da data de reabertura (feito pelos ministros paraguaios em Ciudad Del Este ) os turistas brasileiros já estavam com acesso livre para deixar seus reais no comércio do outro lado da Linha Internacional (avenida que separa Ponta Porã e Pedro Juan Caballero).
De acordo com a publicação, um dia após o anúncio da data de reabertura feito pelo governo paraguaio, o movimento já era intenso nas lojas de Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã, distante 323 km da capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande.
Segundo a publicação, os bloqueios instalados no mês de março, por militares da FTC (Força-Tarefa Conjunta), ainda existem em alguns pontos da linha que separa as duas cidades. Entretanto, em outros trechos da fronteira o acesso está escancarado, não apenas para pedestres mas também para veículos, já que populares se aproveitaram da “ausência repentina” dos militares para desmontar e retirar parte das madeiras que serviam como barricada e bloqueio na fronteira.
Ainda de acordo com a publicação, parte dos militares da FTC (Força-Tarefa Conjunta) que estavam designados de impedir o trânsito dos fronteiriços acabou sendo designada para ajudar nas buscas ao ex-vice-presidente paraguaio Oscar Denis, sequestrado há três semanas por guerrilheiros do grupo (agora considerado terrorista pelo governo paraguaio) EPP (Exército do Povo Paraguaio) e mesmo próximo ao centro de Pedro Juan Caballero, onde ainda existem bloqueios feitos com pedaços de madeira e pneus velhos, o movimento de pessoas e carregadores de mercadorias era visivelmente grande. Vale lembrar que a fronteira entre Brasil e Paraguai foi fechada, primeiramente, por parte do paraguaios e em algumas fronteiras, nunca houve, por parte do governo brasileiro, nenhuma fiscalização para garantir o cumprimento da lei.
Enquanto aguardamos pacientemente o tão esperado acordo entre os governantes por aqui na fronteira entre Foz do Iguaçu e Ciudad Del Este, na fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, a proibição de entrada de brasileiros no Paraguai, só existe no papel.
Com informações: Jornal Campo Grande News