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Quem ganha com a Copa?

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A Copa do Mundo no Brasil é mais que um sonho de muitos brasileiros. Ela representa, em uma primeira análise, o reconhecimento internacional de nossa país, por muito tempo tido como nação subdesenvolvida e submissa culturalmente e economicamente das chamadas potências mundiais. Éramos lembrados como uma lugar inóspito, selvagem, violento e promíscuo, hoje somos um país próspero, emergente e com um futuro esplêndido aos olhos do mundo.

Mas a Copa não servirá apenas para desmistificar as lendas sobre nosso povo e nossa casa.

O Brasil tem dado exemplo ao mundo em quesitos fundamentais na sociedade contemporânea, como democracia, paz, combate às desigualdades e valorização dos direitos básicos, em especial a liberdade de imprensa e o acesso à educação.

E é preciso mostrar isso aos outros países.

Em uma análise mais conceitual, a Copa do Mundo serviu como catalisador para buscarmos a melhoria de nossa infra-estrutura, em especial a logística, com, por exemplo, obras em praticamente todos os grandes aeroportos do país, além do anúncio de novos 270 terminais regionais, de norte a sul. O Brasil virou um grande canteiro de obras: ferrovias, portos, avenidas, rodovias, trilhos, corredores de ônibus e complexos viários foram construídos ou melhorados nas 12 cidades sedes.

E todo mundo sai ganhando.

Com a Copa ganha o trabalhador: ele viu a expansão do emprego e da economia, impulsionados pelo Mundial.

Com a Copa ganha o empresário: novas oportunidades para diversos setores, movimentando o comércio, o setor de serviços e motivando o brasileiro a, ainda mais, consumir, viajar, investir no Brasil, aproveitando as atrações de seu país.

Com a Copa ganha a cidadania: será o encontro da paz, do combate ao preconceito, da união entre povos separados por guerras, por racismo e por xenofobia. A receptividade e a alegria dos brasileiros é de fazer inveja e de ensinar lições a todos os povos.

Com a Copa ganha o futebol brasileiro: construímos modernas arenas, descentralizamos o foco das atenções, mostrando outros brasis, ricos, prósperos e culturalmente valiosos. Cidades como Manaus, Cuiabá, Natal e Curitiba estarão sob os olhos de bilhões de espectadores, em todo o mundo.

Além disso, abrimos o debate sobre a condição de trabalho de milhares de jogadores profissionais do futebol brasileiro e acabamos com a lógica de estádios como ringues de luta, com grades, arames e polícia militar, oferecendo ao torcedor, a partir de agora, conforto, segurança e dignidade.

Mas, com a Copa, ganham, principalmente, o Turismo e a Marca Brasil: nunca um país teve uma exposição de mídia espontânea tão grande e tão intensa como o nosso país terá nos próximos 30 dias. A possibilidade de valorização da marca é imensurável e seus reflexos no futuro e na balança turismo, principalmente na correção do atual déficit, é certa, desde que saibamos receber e cuidar dos visitantes. Serão milhões de pessoas circulando nas 12 sedes e em diversas cidades Destinos, como Foz do Iguaçu, dentre outras, gerando empregos temporários e renda para milhares de brasileiros e brasileiras.

Independente se o Brasil ganhe o hexa, um sonho para a esmagadora maioria dos brasileiros, temos, a partir de hoje, a oportunidade de mostrar ao mundo o quanto somos alegres e acolhedores, mas, também, o quanto somos trabalhadores, dedicados e dispostos a construir uma grande nação, um grande país, com garantia de direitos, da liberdade, da contestação e da divergência, um país mais justo, um país de paz.

Uma linda Copa do Mundo para todos nós!

 


 

* Luiz Henrique Dias é escritor. Siga ele no Twitter: @luizhdias

 

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