Especialistas em governança digital e inovação de cinco países se reuniram nesta quinta-feira (27), em Foz do Iguaçu, para o ThinkinG, fórum internacional organizado pelo Governo do Estado e pela Celepar para conhecer experiências bem-sucedidas de gestão pública e discutir estratégias para tornar o setor público ainda mais eficiente. O encontro, que prossegue nesta sexta-feira (28) tem palestrantes de Israel, Estônia, Inglaterra, Canadá e Índia.
O objetivo é entender casos concretos e de sucesso que podem ser replicados no Estado para tornar serviços e soluções mais eficientes. “O Estado precisa ter humildade para conhecer estratégias de sucesso adotadas ao redor do mundo, como a Estônia, um dos países mais inovadores do planeta, Indiana, nos Estados Unidos, que revolucionou a sua economia com o incremento de soluções digitais”, disse o governador Carlos Massa Ratinho Junior, na abertura do ThinkinG.
“Inovar é pegar o que já existe e melhorar. Não só em tecnologia, mas em outras áreas, como o planejamento das cidades”, afirmou Ratinho Junior. “Podemos fazer com que o Estado saia do lápis. Ainda temos algumas repartições públicas presas na década de 80. Temos que melhorar a prestação de serviços para a população”.
Ratinho Junior explicou que a ideia de um encontro internacional sobre práticas de referência internacional e uso de inteligência e de inovação na gestão pública surgiu durante sua viagem ao Vale do Silício, na Califórnia, em fevereiro. “Conseguimos reunir aqui em Foz do Iguaçu as maiores personalidades em inovação na área pública, especialistas de países que são referências nessa área. Alguns estão muito à frente e precisamos aprender.
Logo na abertura, o governador, junto com o presidente da Celepar, Allan Costa, lançou o Paraná Inteligência Artificial (PIÁ), primeiro programa de inteligência artificial do Brasil focado na prestação de serviços à população. A plataforma e o aplicativo reúnem mais de 380 serviços do Governo em um só lugar e funcionam como canais de diálogo com o cidadão para atender suas demandas e reclamações.
Segundo Allan Costa, presidente da Celepar, o ThinkinG representa uma oportunidade de ampliar as referências na área de inovação. “Para fazer o Estado mais inovador do País temos que buscar o que tem sido feito no mundo em termos de entregar serviços eficientes para a população. Essa é a lacuna que o ThinkinG busca preencher. Esses especialistas participaram dos projetos mais interessantes do mundo e vieram compartilhar as suas ideias”, ressaltou.
CRIATIVOS E ALTERNATIVOS
Guto Silva, chefe da Casa Civil do Governo do Paraná, destacou que a tecnologia não substitui os profissionais do Estado, mas ajuda a melhorar os serviços à população, com oportunidade de trabalhar mais estrategicamente e com mais dados.
“Estamos vivendo uma crise econômica no país e precisamos ser criativos e alternativos. A tecnologia é um instrumento poderoso para contribuir com a melhoria dos serviços para o cidadão e os indicadores de gestão. A determinação do governador é para que tenhamos em médio e longo prazos essas soluções”, afirmou.
NOTABILIZA
Para o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, o Paraná se notabiliza pelas inovações. Ele citou a Universidade Federal do Paraná, primeira universidade pública gratuita do Brasil, o IPPUC, que foi o primeiro instituto de pesquisa e planejamento urbano, e o primeiro centro tecnológico sobre o agronegócio, em Londrina. Agora, também o primeiro aplicativo de inteligência artificial.
“A inovação só vale quando se transforma num processo social. Está no DNA do Paraná. A inovação no Estado é estratégia de governo, o Paraná avança para se tornar ainda mais democrático”, afirmou o prefeito. Rafael Greca também disse que vai acertar um convênio com a Celepar para compartilhar a tecnologia do Paraná Inteligência Artificial e eventuais novidades também nos endereços eletrônicos da prefeitura de Curitiba.
EM MÃOS
A palestrante inglesa Cordia Lewis, especialista em governança digital e com passagem pela agência britânica de soluções digitais, afirmou que as administrações públicas precisam facilitar a vida do cidadão. Ela destacou a visibilidade do encontro em Foz do Iguaçu. “As pessoas não precisam saber onde encontrar os serviços, qual é o departamento responsável por impostos ou documentos, mas precisam saber como encontrar essa resposta, como ela está organizada. Temos que fazer esforços para que os cidadãos tenham tudo o que precisam em mãos”, afirmou.
O Brasil precisa começar a integrar mais iniciativas das administrações públicas, da academia e, principalmente, da iniciativa privada, disse o israelense Shaul Shashoua, que ajudou a construir o ecossistema de startups daquele país. “Todos precisam assumir os seus riscos nessa área. É cultural. O processo do ecossistema de Israel envolveu financiamentos e investimentos, isso precisa acontecer, faz parte do negócio”, explicou.