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10 projetos que mostram a importância da integração entre escola e universidade

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Foz do Iguaçu tem 51 escolas municipais de educação fundamental e 28 colégios estaduais de ensino médio. Localizados em diferentes regiões da cidade, eles têm algo em comum: todos já receberam alguma ação de extensão ou de pesquisa da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

Atualmente, a presença da Unila é algo rotineiro dentro das escolas públicas de Foz do Iguaçu. E, ao mesmo tempo, a Universidade também abre suas portas para receber alunos e professores dessas instituições. Além da oferta de educação formal – hoje, a Unila tem 7 cursos de licenciatura, 6 especializações e 12 programas de mestrado, que atendem docentes da rede pública e particular de ensino –, a Universidade desenvolve centenas de projetos voltados para atender às demandas de alunos e professores da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.

Com iniciativas como formação continuada para professores, projetos de incentivo à leitura e eventos voltados para jovens interessados em ciência, a Universidade consolida-se como uma instituição comprometida com o desenvolvimento da educação pública em todos os níveis de ensino. “Muitas dessas ações são construídas em conjunto ou demandadas pela própria comunidade, fundamentadas em situações reais e na comunicação horizontal com professores e diretores de escolas. Resulta em um processo dinâmico e enriquecedor, pois proporciona um ambiente real de interação, de profissionalização e de promoção de cidadania”, explica a pró-reitora de Extensão, Maria Eta Vieira. E esse diálogo, embora seja mais intenso com a comunidade de Foz do Iguaçu, também é expandido para outros municípios do Oeste do Paraná e cidades vizinhas do Paraguai e da Argentina. 

Na reportagem de hoje, a Unila traz alguns desses projetos que mostram que o ensino público nas escolas e nas universidades é complementar e inseparável.

1. Três bibliotecas de escolas públicas já foram reformadas por alunos da Unila

Alunos e professores da Unila estão trabalhando na reforma da Biblioteca Escuela 722 Eduardo Arrabal, de Puerto Iguazú. A reforma do espaço físico da biblioteca é uma das etapas do projeto “Vivendo livros latino-americanos na Tríplice Fronteira”, que reúne pesquisa e extensão. O grupo já remodelou o espaço físico de outras duas bibliotecas escolares, a da Escola Municipal Brigadeiro Antônio de Sampaio, localizada na zona rural de Foz do Iguaçu, e a da Escuela San Agustín, em Ciudad del Este. 

Com a reforma física, alunos e professores também fazem a catalogação do acervo das bibliotecas, realizam campanhas para adquirir novos livros e iniciam um processo de formação pedagógica para incentivo da leitura no ambiente escolar. O projeto pretende propor mudanças continuadas no processo pedagógico de ensino, ao incluir a leitura e a literatura como atividades cotidianas das escolas. “Nos interessa, especialmente, contribuir para uma consolidação de acervos referentes à literatura latino-americana, bem como propor práticas pedagógicas que valorizem a leitura literária como um processo de descoberta e resgate das identidades e culturas da fronteira. Entendemos a biblioteca como espaço coletivo de troca, de socialização, de leitura individual e de compartilhamento de experiências”, coloca a coordenadora do projeto e professora do curso de Línguas da Unila, Mariana Cortez.

2. A importância dos experimentos científicos na escola

Aulas de Química, Física e Biologia são, muitas vezes, vistas pelos estudantes de ensino médio como de difícil compreensão e de difícil contextualização no cotidiano. Uma estratégia para tornar as aulas mais interessantes e auxiliar na construção do conhecimento é o uso de experimentos práticos em sala de aula. Foi pensando nisso que servidores e estudantes da Unila passaram a oferecer um curso de extensão que incentiva os professores dos ensinos fundamental e médio a utilizarem atividades experimentais em suas disciplinas. 

O foco do curso de extensão é mostrar aos professores as possibilidades de experimentação, levando em conta a realidade escolar da região. A prioridade é propor experimentos que utilizem materiais baratos, de fácil acesso e que não ofereçam riscos para o meio ambiente. “Algumas escolas já dispõem de espaços físicos apropriados a essas atividades, faltando apenas alguns materiais; outras dispõem de espaços físicos, mas que precisam ser organizados. Em todos os casos, é necessário um esforço extra dos professores para apropriar-se desses espaços e implementar essas políticas de ensino”, diz a coordenadora do projeto, professora Márcia Regina Becker. A docente salienta que a implantação de atividades práticas em sala de aula pode auxiliar na busca por soluções para problemas teóricos, estimular o senso crítico a partir de observações, desenvolver o caráter científico, além de tornar as aulas mais lúdicas e dinâmicas.

3. Projeto premiado capacita professores para trabalhar com a diversidade cultural da fronteira

Desde 2016, a Unila desenvolve um programa de formação permanente sobre educação na fronteira, voltado a docentes da rede municipal de educação de Foz do Iguaçu. A iniciativa nasceu a partir de uma demanda das próprias docentes municipais, que perceberam a necessidade de buscar capacitação para trabalhar com a diversidade cultural e linguística encontrada em sala de aula. Até hoje, mais de 200 professores de todas as escolas municipais já participaram da formação. 

Durante os encontros, pesquisadores e professoras municipais trabalham no novo currículo e no material didático para o ensino de Espanhol, que será obrigatório nas escolas municipais a partir de 2020. De maneira paralela, os integrantes do projeto também estão trabalhando em ações específicas voltadas para os alunos não brasileiros, como um Protocolo de Recepção para famílias estrangeiras e o início de aulas de Português como Língua Adicional para crianças. 

Em 2018, o projeto foi considerado, pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), uma das 30 propostas mais inovadoras em educação da América Latina e do Caribe. “O curso qualifica a prática pedagógica, de modo que a escola contemple verdadeiramente sua função transformadora na sociedade. A formação continuada dos profissionais do magistério dentro da Unila é imprescindível, pois os saberes aprendidos refletem diretamente na sala de aula, na qualidade do ensino ofertado aos educandos”, diz a docente Luciana Freitas, que é coordenadora do Centro Municipal de Educação Infantil Professora Heley de Abreu Batista e participa das ações do projeto.

4. Ação de alunos de Letras – Artes e Mediação Cultural ajuda a levantar recursos para cooperativa escolar

Crianças da Escola Municipal Suzana Balen produzem cartoneras – livros feitos a partir de papelão reaproveitado – com a ajuda de estudantes do curso de Letras – Artes e Mediação Cultural (LAMC). O objetivo é que as crianças escrevam e desenhem histórias relacionadas com a temática da fronteira, como forma de valorizar a cultura, as línguas e a paisagem do território em que vivem. Mas, além disso, as cartoneras serão usadas para levantar recursos para a própria escola, por meio de uma Cooperativa Escolar. A ação faz parte do projeto “Formação docente: pedagogia de fronteira”. 

De acordo com a diretora da Escola, Luciene Lemes Alves, os recursos levantados pela Cooperativa são administrados pelos estudantes das turmas de quinto ano; são eles que decidem, em assembleia, como o dinheiro será utilizado. “Eles são responsáveis por produzir artigos e vendê-los, e passam por todo o processo de uma cooperativa normal. Aprendem a fazer o livro-caixa, redigir atas e documentos, e tem um Conselho Fiscal que verifica as contas para não haver nenhum tipo de desvio”, explica.

5. Integração entre criança, cidade e natureza

Levar crianças de escolas públicas para explorar o ambiente urbano. Esse é um dos objetivos do projeto “Livros de pano: expressões da vida urbana”, desenvolvido pela Unila. Neste ano, as atividades estão sendo realizadas com alunos do 4º e 5º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Arnaldo Isidoro de Lima, na Vila C Velha. Durante os encontros, as crianças participam de caminhadas pelo bairro onde residem, conhecem as praças e áreas verdes, e também entrevistam moradores que falam sobre a história e as transformações da região. Além disso, as crianças constroem, de forma coletiva, um mapa que mostra o entorno da escola. “Fazemos um mapeamento participativo do bairro sempre no começo e no fim das atividades, para registrar, até em termos de pesquisa, as mudanças na percepção das crianças em relação ao bairro”, explicou a coordenadora do projeto, Ana Alice Eleutério. 

No final do ano, as crianças produzirão um livro de pano. A ideia é que o livro sintetize as vivências e percepções da turma sobre a cidade, o bairro, os moradores e a história local. “Neste ano, também queremos que as crianças realizem intervenções nas áreas verdes de acordo com os problemas que elas mesmas evidenciam. Trabalhamos na perspectiva das crianças como agentes executores das mudanças, para que elas entendam que são agentes importantes na cidade e que podem propor e encabeçar modificações nos problemas que elas observam”, salienta Ana Alice, que é docente no curso de Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar. 

O projeto existe desde 2017 e já realizou atividades na Escola Municipal Professora Rosalia de Amorim Lima e com mulheres moradoras do bairro Cidade Nova.

6. A Universidade na Escola e a Escola na Universidade

Mais de 3.500 alunos do ensino médio devem participar, em 2019, do Unila ao seu Alcance. Desenvolvido por servidores técnico-administrativos, docentes e estudantes da Universidade, o projeto leva informações sobre a Unila, os cursos ofertados pela instituição, as formas de ingresso, a distribuição de vagas e a reserva para cotistas. Os estudantes também são esclarecidos sobre as formas de ingresso no ensino superior a partir do Enem – a prova é utilizada pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e para programas de financiamento estudantil, como o Prouni e o Fies. O projeto vai passar em todos os colégios estaduais de ensino médio de Foz do Iguaçu, de instituições dos outros oito municípios que integram o Núcleo Regional de Educação, além de Ciudad del Este e de Puerto Iguazú. 

De maneira simultânea, a Universidade também abre suas portas para que os alunos conheçam a estrutura física e a proposta acadêmica da instituição. Nas visitas organizadas pela Secretaria de Comunicação Social (SECOM), os responsáveis por apresentar e tirar dúvidas das turmas de colégio são, na maioria das vezes, os próprios universitários, que vivem diariamente a realidade de estudar em uma instituição bilíngue, interdisciplinar e de caráter interdisciplinar. As informações sobre a Universidade são repassadas enquanto são apresentadas as salas de aula, a biblioteca e os laboratórios da instituição. “Para muitos alunos, a participação nesses projetos é o primeiro contato com uma instituição de ensino superior. E, o mais importante, é que estamos mostrando, aos jovens da região, que a Unila é um espaço de toda a comunidade e que eles têm o direto de fazer parte desta Universidade”, salienta a relações públicas da Unila Franciele Consalter Savaris.

7. Pesquisa analisa índices do desempenho escolar das escolas de Foz

Recentemente, a cidade de Foz do Iguaçu destacou-se em âmbito nacional pelas altas notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo os últimos dados, em 2015, a média das escolas municipais brasileiras era de 5,3, enquanto a média iguaçuense foi de 7,25. Para se ter uma ideia, a média 6 corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável ao dos países desenvolvidos. Essa diferença substancial chamou a atenção de um grupo de pesquisadores da Unila, que decidiram investigar os aspectos administrativos e pedagógicos que geraram esse resultado. 

Os resultados da pesquisa apontam que os fatores que mais contribuíram para o salto no desempenho dos estudantes iguaçuenses no Ideb foram as ações de valorização da carreira docente e a implantação de uma cultura avaliativa no município. A aproximação da gestão municipal com os diretores de escolas e professores também foi fator determinante neste processo. Os pesquisadores apresentaram os resultados da pesquisa à Secretaria Municipal de Educação e também aos diretores das escolas, no intuito de dar um retorno e de auxiliar a construção de políticas públicas que mantenham Foz do Iguaçu neste patamar. “O nosso papel, como universidade pública, é justamente o de ajudar a cidade a sempre melhorar, contribuir para o desenvolvimento econômico e social”, pontua o professor Henrique Kawamura, que participou do estudo. 

Os pesquisadores pretendem continuar acompanhando esses índices, para verificar se a superioridade dos resultados iguaçuenses se mantém. Além disso, o grupo pretende avaliar se a educação básica de qualidade produz resultados que perduram na vida do aluno, analisando também as escolas de ensino médio.

8. Formação continuada para professores de Geografia e História

Professores da Unila estão à frente de ações de extensão de formação continuada de professores de Geografia e História das séries iniciais da rede municipal de ensino de Foz do Iguaçu. Em 2019, o projeto envolveu 84 professores de 42 escolas. Os professores participam de um período de formação, com quatro encontros presenciais, realizados na Unila PTI ou JU. A formação inclui, ainda, a aplicação de conteúdos em sala de aula. 

“Os docentes da graduação geralmente direcionam projetos voltados para o Ensino Médio ou o Ensino Fundamental 2, fase na qual se tem a inserção das disciplinas de Geografia e História sob a responsabilidade de um docente graduado na área. No entanto, os conhecimentos e os conteúdos dessas disciplinas devem ser trabalhados desde a educação infantil, de acordo com os documentos curriculares norteadores dessas etapas escolares”, explica a professora Léia Veiga. O projeto é feito em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.

9. Projeto incentiva participação de meninas nas ciências

Meninas entre 10 e 14 anos, do 5º ao 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas são o público-alvo do projeto de extensão “Meninas da Ciência”. Desenvolvido pelas equipes do Comitê pela Equidade de Gênero e Diversidade (CEEGED Unila) e da Comissão para o Acompanhamento da Implantação da Política de Equidade de Gênero, o projeto desenvolve oficinas de incentivo à presença das meninas no mundo das ciências, principalmente nas áreas com menor participação feminina. De acordo com dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a participação das mulheres nas áreas de exatas dobrou entre 2011 e 2016, no Brasil. Mesmo assim, na área das Ciências Exatas e da Terra, nas Engenharias e na Computação, a participação feminina é de 30%, ainda considerada pequena.

No ano passado, as oficinas do projeto integraram o calendário dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, mobilização mundial promovida em parceria com órgãos de proteção e entidades sociais, apoiada pela ONU Mulheres. “Muitas vezes, a sociedade e a família não estimulam o interesse das meninas pelas áreas de Física, Química e Matemática, por exemplo. Então, o papel da universidade também está em fomentar o interesse delas por essas áreas e mostrar que ciência também é coisa de mulher”, explica Regiane Tonatto, integrante do CEEGED. Além das oficinas com as meninas, o projeto pretende organizar, para os meninos, vivências de atividades que, historicamente, têm sido associadas às pessoas do sexo feminino, como cuidado com plantas e animais e culinária.

10. A produção audiovisual como ferramenta didática em sala de aula

Cinema na Escola é um curso gratuito de formação e especialização direcionado a professores da rede básica da disciplina de Artes e de outras áreas, interessados em utilizar o audiovisual como ferramenta didática em suas aulas. Organizado por docentes e estudantes do bacharelado em Cinema e Audiovisual da Unila, esse projeto leva ao Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu a oportunidade de estudo da expressividade e compreensão das etapas necessárias para a realização de um trabalho audiovisual, ampliando, assim, as possibilidades de atuação dentro da sala de aula na proposição e realização de atividades com os estudantes.

Atualmente, as inscrições estão abertas até o dia 31 de maio. As atividades serão entre 6 e 11 de maio. E, no segundo semestre, deverá haver um novo módulo, de acompanhamento do planejamento e execução de atividades didáticas de produção audiovisual diretamente nas escolas, tendo a execução de vídeos como produto final. As informações sobre o projeto estão disponíveis aqui.

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