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Triple Frontier, o filme que ninguém na fronteira queria ver…

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Triple Frontier (Operação Fronteira) Divulgação: Netflix

Talvez você não esteja ligando o nome à polêmica, mas vamos fazer uma pequena retrospectiva:

A polêmica sobre o filme teve início pouco tempo depois de a diretora Kathryn Bigelow se sagrar vencedora do Oscar de melhor filme com “Guerra ao Terror – A Hora Mais Escura”. Os boatos afirmavam que a mesma estava com um novo trabalho em pré-produção, que retrataria a região da Argentina, Brasil e Paraguai e sua trama era encabeçada pelo terrorismo na América Latina. Moradores das cidades que formam a tríplice fronteira prontamente rejeitaram a ideia que poderia transmitir aos turistas uma imagem negativa sobre o destino.

Em maio de 2010, o jornal de circulação nacional na Argentina, El Clarín, publicou uma matéria em que o secretário de turismo na época, Enrique Meyer, manifestava sua “profunda indignação” com o filme, ainda sem nome definido, mas chamado pela imprensa especializada de “Triple Frontier”.

“Até onde sabemos o filme tenta apresentar uma região comum aos três países sulamericanos negativamente”, comentou Meyer. Além da declaração de então secretário de turismo argentino, foi emitido, por parte do governo argentino um pedido formal para que o governo dos outros dois países envolvidos no roteiro não aceitassem a produção americana.

Na mesma época, a secretária de turismo do Paraguai, Liz Cramer, rechaçou o filme e disse que ele não deveria ter respaldo do público.

Dias depois, entidades que representam o setor turístico de Foz do Iguaçu, vieram a público divulgando a seguinte Nota Oficial:

“Até o momento, não houve nenhum contato oficial ou extra-oficial sobre a produção do filme. As únicas informações de que dispomos sobre o roteiro são as veiculadas na imprensa.

Pelo que sabemos, “Triple Frontier” será um filme de ficção, a ser realizado, provavelmente, em estúdio, com montagem cenográfica, sem qualquer vínculo real com a nossa cidade e região.

No entanto, estamos dispostos a conversar, conhecer melhor os detalhes do roteiro, entender o porquê da temática do filme e as razões da escolha da região.

De antemão, podemos garantir que não permitiremos, sem o nosso prévio consentimento – e isso vale para “Triple Frontier” ou qualquer outra obra cinematográfica –, o uso de qualquer imagem relacionada aos nossos atrativos turísticos, especialmente das Cataratas do Iguaçu e da Itaipu Binacional, no filme.

A liberação de qualquer imagem turística, bem como a permissão para filmagem de qualquer cena na cidade de Foz do Iguaçu, só será autorizada após leitura e aprovação do roteiro e o pagamento dos direitos de uso de imagem”.

A matéria, com a Nota Oficial completa e a lista de órgãos que a emitiram pode ser lida aqui.

O projeto foi engavetado em Hollywood e voltou a tona com alguns boatos em 2011, quando o diretor dos sucessos nacionais “Tropa de Elite” e “Tropa de Elite 2”, José Padilha, assumiu a direção de Robocop.

O site especializado no cinema americano “The Hollywood Reporter” informou em maio de 2011 que José Padilha encabeçaria o na época denominado “Tri-Border”. Nick Schenk, roteirista de “Gran Torino”, seria o responsável pelo roteiro.

No pré-lançamento de Robocop, o cineasta chegou a dar  detalhes sobre o trabalho e disse que ele estaria em pré-produção: “O roteiro é baseado em quatro personagens. Um deles é um brasileiro ‘formiguinha’ que trabalha para o contrabando. O outro é um americano do DEA [Drug Enforcement Administration]. Há também um personagem feminino que faz parte da espinha do Mossad [serviço secreto israelense], porque o Hezbollah também está lá! E há ainda um traficante colombiano expulso do tráfico, que descobriu que é mais fácil atuar na tríplice fronteira do que no seu país. A ideia é mostrar a loucura daquele lugar” afirmou Padilha.

Em posterior entrevista ao site brasileiro Omelete, Padilha disse: “Não sei se farei o filme da Tríplice Fronteira, mas o filme envolve terrorismo”.

No início de 2016, a suposta produção do filme voltou a ser notícia quando a revista Variety divulgou que Johnny Depp estaria em início de uma negociação para estrelar o filme “Triple Frontier”, projeto que naquele momento já não estava mais nas mãos de José Padilha, mas sim nas mãos do diretor J.C. Chandor de “O Ano mais Violento” e “Até o Fim’.

Tom Hanks também estaria cotado para protagonizar o longa. De acordo com a publicação, o filme deveria mostrar o “submundo do crime na Tríplice Fronteira”.

Além dos já citados acima, em diversos estágios do planejamento, nomes como Leonardo DiCaprio, Channing Tatum, Tom Hardy, Mahershala Ali, Will Smith, Javier Bardem, Mark Wahlberg e Casey Affleck estiveram ligados à produção até o longa tomar forma com o elenco final.

“Triple Frontier” ou “Operação Fronteira”, após todas as polêmicas e boatos, chega à plataforma de vídeos por streaming Netflix no dia 13 de março, aparentemente sem ter rodado uma única tomada do filme na região da tríplice fronteira. O trailer do filme, divulgado hoje pela Netflix em sua conta no site Youtube, mostra inclusive imagens que deverão causar no mínimo estranheza a quem conhece a tríplice fronteira ou qualquer brasileiro que tenha estudado geografia no quinto ano do ensino fundamental, já que é possível ver entre as cenas e seus cortes rápidos uma tríplice fronteira com morros, favelas, e até picos nevados entre a floresta.

Assista ao trailer de “Triple Frontier”:

De acordo com a sinopse divulgada durante o anúncio do lançamento, o filme conta a história de cinco amigos que se reúnem para acabar com um chefão das drogas na América do Sul. No filme, a Tríplice Fronteira é retratada como uma turbulenta zona fronteiriça entre Argentina, Brasil e Paraguai, onde o rio Paraná converge com o rio Iguaçu e é considerada um pesadelo para as autoridades e ponto de encontro entre crime organizado e terrorismo.

O artigo acima, foi escrito 11 dias antes da estréia oficial do filme, baseado nas informações repassadas pela distribuidora de vídeos por streaming. Para saber minha impressão após a estréia do filme, CLIQUE AQUI.

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