A segurança de dados foi um dos temas em evidência no primeiro dia da 15ª edição do Congresso Latino-americano de Software Livre e Tecnologias Abertas – Latinoware, aberto nesta quarta-feira (17) no Centro de Convenções de Foz do Iguaçu. O evento, realizado pela Itaipu Binacional e Parque Tecnológico Itaipu (PTI), prossegue até sexta-feira (19) com a participação de quase 4 mil pessoas.
O assunto foi abordado pelo professor Jon “Maddog” Hall, membro do Linux Professional Institute e considerado o guru do software livre no mundo. Ele foi responsável pela palestra magna do evento, pela manhã.
Maddog participa da Latinoware desde a primeira edição. Ao longo destes 15 anos, viu o acesso às plataformas em nuvem se popularizar e, com ele, também os problemas que podem advir deste tipo de armazenamento de informações. “Nós da América do Norte sabemos que a privacidade é ilusória. Principalmente dados que são protegidos pela NSA (National Security Agency) – Agência de Segurança Nacional Norte Americana”, afirmou o especialista, que também fez um retrospecto do desenvolvimento dos softwares e hardwares livres na palestra Past and Future (Passado e Futuro).
A vulnerabilidade a que os usuários estão expostos foi abordada na apresentação de Carlos Alberto Azevedo, professor e instrutor de operações policiais. “58% das pessoas que acessam a internet utilizam redes desprotegidas e 20% usam a mesma senha para todas as contas”, afirmou o professor, que defende a assinatura do Brasil nos tratados de Budapeste, que versam sobre crimes de informática.
Azevedo falou sobre a contribuição da tecnologia em benefício de outro tipo de segurança, a pública. Segundo ele, um dos desafios da polícia brasileira para desvendar crimes com ajuda cibernética é a falta de capacitação técnica específica em tecnologias e de recursos humanos disponíveis.
Itaipu e PTI estão envolvidos com projetos de segurança cibernética, por meio do Centro de Estudos Avançados em Proteção de Estruturas Estratégicas (Ceape²) e do Laboratório de Segurança Eletrônica de Comunicações e Cibernética (Lasec²). Juntas, as duas estruturas contribuem para a segurança cibernética do país.
Cerimônia
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Marcos Stamm, participou da abertura oficial, promovida durante a tarde. Ele destacou a evolução da tecnologia que, apesar dos desafios, contribui para a propagação do conhecimento. Ele também reforçou a importância dos profissionais da área. “Graças a vocês, hoje temos um aparelho que cabe no bolso com vários programas. Um aparelho desses tem mais dados que a Apollo 11, que levou o homem à Lua pela primeira vez, em 1969.”
Leonardo de Oliveira Leite, superintendente brasileiro de Informática de Itaipu, defendeu os aspectos positivos da tecnologia. “Sente-se aqui no ar a inovação, a vontade de construir algo coletivo, de evoluir a tecnologia e a sociedade”, afirmou. “Tenho certeza que a programação será de grande valia na construção, surgimento e transformação de ideias em futuros negócios e tecnologia, algo que vai mudar a vida de vocês e a sociedade.”
O diretor superintendente do PTI, Jorge Callado, disse que “a história do PTI confunde-se muito com a da Latinoware”. “Tanto que hoje somos privilegiados em meio a tantos cérebros evoluídos, uma carga neuronal imensa pelo conhecimento aqui reunido neste evento.”
“Se querem ver as pessoas mais importantes para o software livre, quando acordarem, olhem no espelho”, finalizou Maddog, que também falou durante a abertura.
O evento teve ainda a participação dos diretores de Itaipu Mario Cecato (financeiro executivo) e João Pereira (administrativo). Um dos pioneiros na organização do evento, Marcos Siríaco, recém-aposentado da Informática da Itaipu, foi homenageado nas falas das autoridades presentes na cerimônia.
O Latinoware prossegue até sexta-feira, 17, no Centro de Convenções de Foz do Iguaçu (Rodovia das Cataratas, S/N km 19,5 – acesso ao aeroporto).
Para inscrições, informações adicionais e para conferir a programação completa, acesse: www.latinoware.org.