Professores, pedagogos e funcionários paralisam as atividades nas escolas estaduais e fazem manifestação nesta quarta-feira, 30, a partir das 08:30 horas, em frente ao Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu. O dia de greve tem como pauta a valorização e a defesa da escola pública diante de medidas que comprometem a qualidade do ensino e as condições de trabalho dos educadores.
Conforme a direção da APP-Sindicato/Foz, a categoria reivindica a contratação de funcionários, o cumprimento das leis do piso e da data-base e a revogação da Resolução 113/2017, medida que reduziu o período da hora-atividade e causou a demissão de 10 mil professores temporários. Para o sindicato, a resolução elevou a sobrecarga de trabalho dos servidores e resultou no aumento de afastamentos por motivo de doença.
De acordo com o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez, os servidores também posicionam-se contrários às reformas da Previdência e trabalhista por elas restringirem o direito à aposentadoria e acabar com a legislação do trabalho. Os educadores ainda são contra a reforma do ensino médio, que para eles retira o caráter humanista e universal da educação, relegando aos estudantes pobres a formação para a mão de obra barata.
“As medidas em seu conjunto demonstram a gravidade dos ataques contra a educação”, enfatiza o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez. “Os governos retiram direitos dos trabalhadores e cortam investimentos. Em outra frente, impõem projetos para fazer avançar a terceirização, a privatização e o modelo de educação excludente. Enfrentar esse projeto é uma necessidade de educadores, alunos, pais e de toda a sociedade”, frisa.
Serviços públicos
A secretária de Comunicação da APP-Sindicato/Foz, Miriam Takahashi, enfatiza a pauta do movimento dos educadores em defesa dos serviços públicos de qualidade. Para ela, há uma agenda instituída no país que prioriza o mercado e os grupos econômicos, em detrimento dos direitos dos trabalhadores e do atendimento das necessidades fundamentais da população, como educação, saúde, previdência e trabalho.
“A paralisação é em defesa da educação em todos os níveis e dos direitos sociais, pois o que se vê é o avanço do projeto neoliberal que prevê a privatização dos serviços mais essenciais para a população”, expõe Miriam Takahashi. “A fórmula usada pelos governos é antiga. Eles fragilizam a rede de atendimento público com cortes de investimentos e desvalorização dos servidores para justificar a privatização e a terceirização”, aponta.
História
O dia 30 de agosto integra o calendário anual de atividades dos educadores. A data relembra os episódios de violência física sofrida pela categoria em 30 de agosto de 1988 e em 29 de abril de 2015, quando servidores em greve foram brutalmente reprimidos enquanto reivindicavam direitos. A mobilização converteu-se em marco em defesa da escola pública, com ações públicas organizadas em todo o Paraná.