O engenheiro eletricista Luiz Fernando Vianna, ao tomar posse nesta segunda-feira, 27, como novo diretor-geral brasileiro de Itaipu, assumiu o compromisso de manter a binacional como bom exemplo de gestão, trabalho sério e competente. A cerimônia ocorreu no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba.
“Itaipu é exemplo de Brasil e Paraguai que dão certo”, disse Vianna, que também destacou algumas das prioridades de sua administração. Entre elas, a atualização tecnológica da Itaipu, “fundamental para manter a operação exemplar, com altos índices de produtividade e eficiência”, e as tratativas para revisar o Anexo C do Tratado de Itaipu, documento que define as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade. “Esse tema será tratado com profunda cooperação e total integração com nossos parceiros paraguaios.”
Vianna sucede o engenheiro agrônomo Jorge Miguel Samek, o mais longevo diretor brasileiro na história da empresa. Ambos são paranaenses e têm uma relação afetiva com Foz do Iguaçu, no Paraná, onde está instalada a hidrelétrica que o Brasil divide com o Paraguai.
Também foram empossados o diretor financeiro executivo, Marcos Stamm, e o diretor administrativo, Marcos Baumgärtner. O diretor jurídico, Cezar Ziliotto foi mantido no cargo. Vianna e demais diretores recém-nomeados pelo presidente Michel Temer já haviam assumido os respectivos cargos formalmente em Foz do Iguaçu, na semana passada.
A cerimônia contou com a participação de aproximadamente 400 pessoas. Entre elas, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho; o ministro da Saúde, Ricardo Barros; o governador do Paraná, Beto Richa; a vice-governadora Cida Borghetti; a primeira dama e secretária do Estado da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa; e o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano.
Também compuseram a mesa o presidente do Tribunal da Justiça do Paraná, Renato Braga Bettega; o presidente do Tribunal de Contas do Paraná, José Durval Mattos do Amaral; o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Adalberto Xisto Pereira; o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel; e o presidente da Copel, Antônio Sérgio de Souza Guetter. Dos conselheiros recém-nomeados, participou Orlando Moisés Pessuti.
Representando o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, o diretor de Transmissão da estatal brasileira, José Antônio Muniz Lopes, parabenizou Samek e felicitou Vianna pelo cargo, além de fazer duas recomendações da presidência da holding ao novo diretor: a necessidade de dar continuidade ao processo de modernização da usina e atenção especial ao processo de renovação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que vence em janeiro de 2023. “Para que possamos ter um novo ciclo de sucesso para a usina”, salientou.
Esses dois temas, aliados à continuidade e ampliação dos projetos de Itaipu voltados ao desenvolvimento territorial da região de fronteira entre Brasil e Paraguai, foram citados por Vianna como os principais desafios de sua gestão. Ele agradeceu a confiança do presidente Temer pela nomeação e também pelo fato de ter sido mantida a tradição de ter um paranaense à frente da binacional.
Vianna se disse à vontade para assumir o cargo, dada a sua experiência no setor elétrico. “Itaipu e Copel são duas empresas irmãs, duas gigantes que são fundamentais para o desenvolvimento do Estado e do Brasil. A Copel compra 6,5% da produção da Itaipu, dando uma importante contribuição para esse projeto binacional”, afirmou o executivo. “Vou para a Itaipu com uma paixão muito grande pela usina e por Foz”, acrescentou Vianna, que é filho de Clóvis da Cunha Vianna, prefeito de Foz do Iguaçu no período 1974-1984.
O ex-diretor geral brasileiro, Jorge Miguel Samek, mencionou algumas das principais realizações de seus 14 anos e dois meses à frente da binacional, como o recorde mundial de geração de energia, em 2016, e o reconhecimento internacional alcançado pelas ações no campo socioambiental e da equidade de gênero.
Samek também destacou o bom relacionamento com o governo paraguaio e as inúmeras parcerias com os governos federal, estadual e municipais, órgãos do setor elétrico, cooperativas, Sistema S, entre outros. Agradeceu também aos funcionários da IB pelos resultados alcançados. “Hoje, o (Luiz Fernando) Vianna recebe uma empresa rigorosamente em dia e com recursos em caixa para honrar seus compromissos”, afirmou.
O ministro Fernando Coelho Filho disse que a nomeação de um nome técnico para o cargo de diretor-geral brasileiro de Itaipu, com grande experiência na área de energia, demonstra a determinação do governo de Michel Temer em fortalecer setores essenciais para a economia brasileira – que, apesar da crise, já começa a dar sinais de recuperação.
Coelho Filho citou como exemplos o primeiro leilão do setor feito pelo atual governo – “um sucesso” – e a privatização da Celg Distribuição, de Goiás, no final do ano passado, com ágio de 28%. “Queremos um setor elétrico mais robusto, transparente e previsível, para animar o setor privado a investir cada vez mais”, afirmou.
Ainda de acordo com o ministro, a meta é reposicionar a Eletrobras como um “gigante do setor elétrico”. “Para que o Brasil possa fazer o que faz de melhor, que é encantar não só o nosso país, mas todo o mundo. Tenho certeza de que, ao final do nosso mandato, vamos legar ao povo brasileiro um setor muito mais forte.”
Beto Richa destacou as qualidades de Vianna para encarar o novo desafio – vocação, qualificação técnica e experiência com gestor de empresas do setor. “Além de sensibilidade e espírito de equipe”, acrescentou, lembrando que a Copel, ainda sob o comando do agora ex-presidente, manteve o status de melhor companhia brasileira e a melhor distribuidora de energia da América Latina.
O governador também citou que o pai de Vianna foi prefeito de Foz do Iguaçu em parte do período em que seu pai, José Richa, governou o Estado do Paraná (de 1983 a 1986).
“Minha amizade com o Vianna vem de família. Esses fortes laços que temos são hoje motivo de muita alegria”, salientou, completando que Itaipu é responsável por cerca de 15% do abastecimento de energia do Brasil e 75% do Paraguai. “Itaipu teve a felicidade de ter extraordinários diretores-gerais brasileiros, que fizeram um grande planejamento para que a empresa seja o que é hoje: orgulho dos brasileiros.”
Para o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano, o novo diretor-geral brasileiro de Itaipu “nasceu talhado para esse setor”. “Tem uma formação forte e leva para Itaipu uma bagagem que vai somar ao que já foi feito e avançar muito mais”, disse. Segundo ele, “Itaipu é e representa para todos nós a menina dos olhos do setor elétrico.”