O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) anunciou que até o final do ano deverá regulamentar um protocolo de destinação correta de carcaças de animais das propriedades agropecuárias da região. A medida atende pedido do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD). O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 06, no Show Rural Coopavel, em Cascavel.
O compromisso foi assumido pela bióloga Maria Glória Genari Pozzobon, chefe-regional do IAP, em Toledo. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) emitiu para o instituto uma nota técnica sobre a forma correta de utilizar cada equipamento disponível no mercado para o processo de retirada das carcaças. O título do documento é Tecnologias para Destinação de Animais Mortos na Granja.
Os equipamentos mais empregados para o serviço são triturador, incinerador e roto acelerador. O trabalho é feito manualmente. Não existe uma legislação específica sobre o tema no Brasil, mas a retirada das carcaças das propriedades é proibida pelos órgãos competentes.
“O nosso maior cuidado é com a sanidade animal; por isso, esse estudo detalha todo o procedimento usando cada uma das tecnologias disponíveis”, explicou o responsável pelo projeto (TEC-DAM) da Embrapa, Everton Krabbe.
Uma das preocupações é o subproduto que sai dos equipamentos, uma espécie de farinha que pode ser utilizada inadequadamente para alimentar o rebanho.
Redução de tempo e trabalho
O anúncio agradou e muito o suinocultor Vanderlei Tiago Weiss, de Toledo. Segundo ele, o maior problema enfrentado no sítio é se desfazer das carcaças. “Essa é a pior parte. Na compostagem manual, levamos seis meses para transformar o animal morto em adubo. Precisamos de métodos mais ágeis e menos trabalhosos”, disse.
Compostagem será ainda necessária
Segundo o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Herlon Goelzer de Almeida, embora a proposta seja regulamentar o uso dessas tecnologias, não se pode deixar espaços para críticas e assim, perder mercado. “Precisamos ter muito cuidado. E, sabemos que, mesmo usando as máquinas, a compostagem ainda será necessária”.
Segundo o promotor de Meio Ambiente do Ministério Público de Toledo, Giovani Ferri, a destinação incorreta de carcaças deixou de ser apenas um problema ambiental ou de sanidade; mas criminal. “Temos muitos casos de atravessadores, pessoas que retiram esses animais das propriedades para revender. Não podemos permitir isso. A lei é clara. É proibido retirar animais mortos dos sítios e fazendas”, ressalta.