Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional |
Programa da Itaipu irá ajudar a Cantareira em São Paulo |
Segundo Andreu, a proposta foi feita após uma conversa com o secretário de Recursos Hídricos de São Paulo e presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga. Na ocasião, Braga afirmou acreditar que a adoção do CAB é uma estratégia importante para combater a escassez de água que acomete aquele estado.
“O Benedito já conhece o CAB e afirmou que irá acertar uma cooperação com Itaipu para levar a iniciativa para lá. Evidentemente, ainda há um caminho a ser percorrido para se firmar essa cooperação e para se criar uma articulação com os programas e recursos que já existem”, afirmou o Andreu.
A declaração de Vicente Andreu foi dada durante sua fala na abertura do “Encontro de experiências pioneiras e inovadoras de iniciativas sociais na gestão da água”, que reúne autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) e representantes de 18 países em Foz do Iguaçu (PR). O objetivo do encontro é formar uma rede mundial de boas práticas na gestão da água a partir da experiência dos 11 vencedores do prêmio Water for Life. O encontro aconteceu no Hotel Golden Park.
Cultivando Água Boa – O CAB é um conjunto de 20 programas executados na Bacia do Paraná Parte 3, um território de aproximadamente 800 mil hectares e um milhão de habitantes, distribuídos por 29 municípios no entorno do reservatório de Itaipu. Ao todo, são 217 microbacias hidrográficas que conta com diversas ações para a proteção e recuperação das nascentes e dos cursos dos rios, com iniciativas voltadas a novos meios de produção (principalmente agropecuária) e consumo, conservação da biodiversidade, educação ambiental, atenção a segmentos vulneráveis (como indígenas, agricultores familiares, pescadores e catadores de materiais recicláveis), entre outros. O programa recebeu o prêmio Water for Life, da ONU Água, como melhor prática de gestão dos recursos hídricos no mundo, em 2015.Governo de São Paulo deve adotar programa da Itaipu no Sistema Cantareira
“O CAB é uma experiência única em termos de resultados, que são muito consistentes. É claro que, para ser aplicado na Cantareira, que tem as margens bastante devastadas, tem que se ter em vista um horizonte de longo prazo. Não é porque hoje se plantam algumas mudas para recuperar as matas ciliares que se deve esperar um aumento do nível dos reservatórios amanhã. Mas é um trabalho complexo que certamente passará pela proteção das nascentes”, disse Andreu.
Para ele, um dos pontos fortes do programa está na gestão compartilhada e no envolvimento das comunidades na condução das ações. “Não adianta os órgãos reguladores dizerem o que a sociedade tem que fazer. É a sociedade, como no CAB, que tem que dizer o que precisa ser feito”, completou.