O Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) de Itaipu apresentará às 8h30 desta sexta-feira, 25, no Hospital Veterinário, alguns dos 90 animais recebidos recentemente pela instituição, em especial, bichos órfãos, vítimas de maus tratos ou que demandam cuidados de saúde especiais.
Serão mostrados filhotes de tatus (Dasypus novemcinctus), de tapiti (Sylvilagus brasiliensis (L.)) e de lontra (Lutra longicaudis), além de um gavião cauré (Falco rufigularis) ferido.
Os animais, que agora fazem parte de forma permanente do plantel do RBV, chegaram de diversas maneiras, encaminhados por órgãos oficiais como a Policia Ambiental ou o Ibama e também de outras instituições que recebem animais resgatados, como o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), de São José dos Pinhais (PR), que no final de outubro enviou quase 80 animais ao RBV.
Lista tem animais em extinção
Da lista recebida, há espécies ameaçadas de extinção no Paraná. Entre elas estão o macaco bugio-ruivo (Alouatta guariba), o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) e a paca (Cuniculus paca).
Nem todos os animais poderão ser exibidos à imprensa, por estarem em habilitação ou em quarentena. Após este período, eles irão para os recintos definitivos e poderão até participar de programas de reprodução. A exposição ao público será avaliada no futuro e depende da espécie, mas o objetivo não é deixá-las para apresentação.
Entre os recebidos, alguns são inéditos no plantel do RBV, como o próprio gavião-pega-macaco e duas espécies de coruja – murucututu-de-barriga-amarela (Pulsatrix koeniswaldiana) e mocho-diabo (Asio stygius).
Cuidados para quem não pode viver na natureza
Assim como o Refúgio Biológico Bela Vista, o Cetas da PUC-PR recebe animais encaminhados pela Polícia Ambiental, Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). Geralmente, são animais vítimas de tráfico, de maus tratos, atropelados ou encontrados em situação de vulnerabilidade (filhotes sem a proteção dos pais, passíveis da ação de caçadores, animais idosos ou sem condições de viverem sozinhos na natureza).
Nenhum animal silvestre em boas condições de sobrevivência na natureza é levado para o Cetas ou recebido pelo RBV, que só aceitam os bichos trazidos pelos órgãos oficiais.
Sobre o RBV
Hoje, o Refúgio Biológico Bela Vista conta com 420 animais, de 70 espécies. São 22 espécies de mamíferos, 41 uma de aves, seis de répteis e uma de anfíbio.
No local, o manejo é feito da forma mais natural possível, tentando reduzir a humanização e garantindo a dignidade a estes animais, que não têm condições de voltar à natureza.