O governador Roberto Requião anunciou, ao fim do seminário “Crise: Desafios e Soluções na América do Sul”, na manhã de sexta-feira (27), em Foz do Iguaçu, que o Governo do Paraná vai promover, mensalmente, discussões sobre a situação econômica mundial. “Vamos organizar um pequeno espaço de revisão deste processo, com as pessoas que têm participado até agora e outras que serão selecionadas pela nossa equipe de organização”, disse o governador.
O presidente do Instituto Desemprego Zero e assessor da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Carlos de Assis, sugeriu a criação de uma câmara contínua para acompanhamento da crise. Contudo, destacou a necessidade da apresentação de propostas.
“Daqui pra frente, devemos focar em assuntos prepositivos. Já sabemos as causas da crise e a destruição que o sistema financeiro especulativo fez. Agora, temos que começar a pensar em como reestruturar este sistema e como vamos sair dessa situação. Aprofundarmos as discussões em torno de alternativas”, opinou Assis.
O seminário teve início na quarta-feira (25), no Marco das Três Fronteiras, com a participação da ministra da Casa Civil Dilma Roussef; do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger; e de economistas do Brasil, Paraguai, Venezuela, Argentina e Uruguai. Eles debateram sobre a crise no continente sul-americano, sob o ponto de vista de cenários políticos, econômicos e sociais, desafios e riscos, além de medidas adotadas pelos países.
O evento foi transmitido ao vivo pela TV Paraná Educativa, que vai retransmiti-lo. O seminário também poderá ser assistido pela Sky, no canal 115. A transmissão será por partes e terá intervenções dos especialistas que participaram do evento.
“Este seminário e a atuação da televisão estatal Paraná Educativa são uma manifestação concreta de rebeldia em relação à dominação da mídia e à hegemonia de algumas ideias que roubam ao país um espaço de discussão”, afirmou Requião.
“Fizemos valer a essência de uma televisão pública, que se preocupa com o aspecto nacional. Esta não é a televisão do mercado. Não vendemos remédios, não vendemos aspirinas. Não temos o domínio das verdades, mas um instrumento aberto para as opiniões dos brasileiros e dos latino-americanos”, acrescentou Requião.
Os participantes estrangeiros foram o dirigente do Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Soverina; o presidente do Banco Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas, Bernardo Alvarez; o gerente de Acordos Internacionais do Banco Central da República da Argentina, Cristina Pasin; e o gerente de Investigações Econômicas do Banco Central do Uruguai, Gerardo Licandro.
Representando o Brasil, além dos ministros, estiveram o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Antônio Henrique Pinheiro da Silveira; o presidente do Instituto Latino-americano da Universidade Federal de Santa Catarina, Nildo Ouriques; o professor da Uicamp, Wilson Cano; o presidente do Instituto Desemprego Zero e assessor da presidência do BNDES, José Carlos de Assis; e os jornalistas Renato Rabelo (presidente nacional do Partido Comunista do Brasil) e César Benjamin, que foram moderadores do debate.
Mais informações podem ser obtidas no site www.crise.pr.gov.br.