Foz do Iguaçu vem se destacando no Paraná na realização do exame de triagem auditiva neonatal. O teste da orelhinha, como é conhecido, é feito em todas as crianças nascidas no município. O exame já vem sendo realizado há três anos e para divulgar a importância dele, no dia 02 de junho terá início uma mobilização para torná-lo mais conhecido. Um café da manhã no Sesc irá reunir representantes da sociedade, entre eles, clínicas, hospitais, laboratórios, entidades, lideranças religiosas, médicos e profissionais da saúde. Durante o evento será lançado o site www.testedaorelhinhafoz.com.br
“Nesse período o teste da orelhinha se consolidou e Foz do Iguaçu é pioneira nesse trabalho aqui no Estado, porém, a nossa dificuldade está em localizar a família daqueles bebês que têm suspeita de problemas de audição, por isso vamos criar uma rede de parcerias para reforçar a importância do teste da orelhinha”, explica a fonoaudióloga Carolina Funchal.
Ela é coordenadora do projeto que envolve outras quatro fonoaudiólogas. Um convênio com a Secretaria Municipal de Saúde permite que o teste da orelhinha seja gratuito aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O exame também está disponível aos particulares e usuários dos planos de saúde. Por mês são realizados cerca de 350 testes em Foz do Iguaçu. O exame detecta precocemente deficiências auditivas, permitindo tratamento imediato. Sem ele, o problema só seria descoberto pelos pais por volta dos três anos de idade, quando a aprendizagem e a fala da criança já estão prejudicadas. Por isso, a importância da detecção precoce.
O teste é feito no Hospital Ministro Costa Cavalcanti, Hospital Unimed e Hospital Cataratas. Conforme a fonoaudióloga, os problemas auditivos são mais frequentes do que muitas pessoas imaginam. A proporção é de três casos para cada mil nascimentos. Só em 2008, por exemplo, houve a confirmação de quatro casos de deficiência auditiva e 16 casos suspeitos. Nas crianças em que o teste da orelhinha foi positivo já iniciaram o tratamento, já nas outras 16 não foi possível sequer confirmar o diagnóstico. “Embora tenhamos o cadastro nas mãos, muitas vezes não conseguimos localizar a família ou então a mãe não leva o filho para completar o tratamento”, lamenta.
O exame dura poucos minutos e não dói. Ele é realizado por um aparelho que é colocado no ouvido e emite um som. O resultado mostra como está audição da criança. Se estiver alterado, dentro de 30 dias os pais devem retornar com o bebê ao hospital para que seja feita uma nova avaliação e caso seja necessário haverá ainda um exame complementar mais aprofundado antes do diagnóstico.
Quando a alteração auditiva é identificada é recomendado o uso de aparelho auditivo até os seis meses de idade e acompanhamento de um especialista. A criança utiliza a prótese, enquanto aguarda pelo implante coclear. Nesses casos, a criança é encaminhada para atendimento em centros como a Universidade de São Paulo (USP), onde essa cirurgia está disponível aos pacientes do SUS. “Trinta, em cada dez mil bebês, tem algum problema de audição, mas o tratamento fica mais fácil se anteciparmos o diagnóstico”, afirma a fonoaudióloga.