O piloto de paramotor Valtemir de Souza, o Billy da Segurança Empresarial, representará o Brasil no mundial de paramotores, em Nove Mesto Nad Metuji, na República Tcheca. Ele viaja na próxima segunda (27) com outros dois pilotos, Marcelo Menin, de São Paulo, e Danilo Silveira, de Florianópolis.
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São quase 150 competidores do mundo todo, buscando o troféu individual e por equipes, em 10 dias de provas, de 31 de julho a 9 de agosto. Uma rotina puxada até para quem já está acostumado. “As provas são das seis da manhã às seis da tarde”, explica Billy. A competição é dividida em quatro modalidades, com voos de um mil a 2 mil metros de altura. Quem somar mais pontos no final leva o troféu.
Essa é a terceira competição internacional da qual Billy participa. Em 2007, ele e Marcelo estiveram no mundial da China. Por ficar entre as 20 melhores, a equipe foi convidada para participar do campeonato europeu de paramotores de 2008, em Lonza, na Polônia. Eles terminaram o campeonato na oitava colocação. Embora a equipe seja pequena e o esporte ainda incipiente no Brasil, nosso atleta segue confiante para a República Tcheca. “Agradeço à direção da Itaipu e à Assessoria de Comunicação Social da empresa, que, com outros patrocinadores, incentivam este esporte de grande plasticidade, o paramotor”, afirma Billy. De acordo com ele, o esporte vem crescendo no País. Atualmente, a Associação Brasileira de Ultraleves reúne cerca de 200 pilotos.
Família que voa – Na casa de Billy, todo mundo voa. Uma paixão pelos ares que aconteceu de forma natural. “Desde o nascimento, minhas filhas acompanham meus voos e vêm o entusiasmo que tenho com o esporte aéreo”, conta Billy. “Por isso, também tiveram a vontade de provar a sensação de liberdade que produz o voo”. A esposa e maior apoiadora do piloto, Renata, conheceu Billy saltando de paraquedas.
A filha mais velha, Karine de 19 anos, voa de parapente e salta de paraquedas. O pai, orgulhoso, conta que a filha tem verdadeira paixão pelo esporte aéreo. O problema maior, entretanto, foi com a caçula Cecília, hoje com quatro anos. “Foi difícil segurá-la até que completasse três aninhos, para o primeiro voo”, disse Billy. “Ela não tinha tamanho adequado para a regulagem mínima da cadeira infantil, de maneira que ficasse bem segura”. A saída foi fazer algumas concessões em terra, para que a pequena esperasse mais um ano para voar.
A pequena Cecília, agora com 4 anos, teve que esperar um tempinho para subir aos céus. Mas não via a hora. Na terceira imagem, Billy com Karine, a filha mais velha, que comprova que o gosto pelo voo está no sangue da família |
Esporte – A despeito do que muita gente pensa, “voar não é loucura”, avisa Billy. Mas, por estar no alto, o risco é maior, o que leva a maiores preocupações com a segurança. “São vários aspectos que devem ser levados em consideração, como condições meteorológicas e equipamento”, começa a explicar.
Em relação à meteorologia, o piloto deve estar bem informado sobre velocidade do vento, pressão atmosférica e condições térmicas no local do voo. Quanto ao equipamento, é preciso que seja vistoriado a cada decolagem. Sem o paraquedas reserva, por exemplo, nem pensar em sair do chão. Também são necessários: coletes salva-vidas para voos próximos à água, capacete e muita experiência. “É melhor estar no chão desejando estar lá em cima do que lá em cima desejando estar no chão”, filosofa o piloto. Com tudo em ordem, o céu é o limite. E quem sabe os voos ainda rendam medalhas. À equipe, uma boa competição!