Um dos painéis mais esperados do Encomex, foi a apresentação de empresas que investiram em outros países do Mercosul e tiveram sucesso. Um dos exemplos foi a indústria de calçados brasileiros, a Vulcabras, empresa que comprou uma fábrica em Buenos Aires, há dois anos, e hoje já são dois mil funcionários.
Milton Cardoso, presidente da Vulcabras disse que no início tiveram muitas dificuldades, já que a Argentina tem uma carência grande de financiamentos, o que faz o país não ter um mercado financeiro; e as indústrias privadas não possuem incentivo de financiamentos. Uma das vantagens, segundo Cardoso, é o baixo custo para se manter um funcionário, mesmo que o salário do empregado argentino seja 70% a mais que o funcionário brasileiro.
Com pequenas dificuldades devido à inflação que assola a Argentina desde 2001, somando com a atual crise mundial, o presidente da Vulcabras diz que a experiência é positiva e a empresa continua investindo no país. “Mas é necessário ter mais transparência no comércio bilateral com o Brasil”, finalizou Cardoso.
Lei Maquila do Paraguai agrada empresários – Outro exemplo de sucesso e integração é do empresário árabe, de nacionalidade brasileira, Mustafá Shihade, que tem duas indústrias de confecções no Paraguai, uma para o mercado local e outra exclusiva de exportação para o Brasil. O empresário resolveu investir no Paraguai pelo incentivo fiscal do governo. Quem deu detalhes sobre a lei Maquila, foi a diretora da Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Maquila do Paraguai, Raquel Ramirez. A lei existe desde 2001, “uma empresa deve estar instalada em território paraguaio, e outra de qualquer parte do mundo, a qual se denomina sendo a matriz faz um contrato internacional, assim é uma forma do governo ceder o imposto de importação, em contra partida, 100% do produto tem que ser comercializado no exterior”. Desde a implantação, 44 empresas, sendo do Brasil, Argentina, Uruguai e Espanha, se beneficiam da lei de Maquila.
Para Eliane de Souza Fontes, Diretora do Departamento de Negociações Internacionais da SECEX – que foi moderadora desse tema – é de extrema importância a integração das cadeias produtivas dos países do Mercosul, mesmo havendo competividade. A diretora também salientou que além da Argentina e Paraguai, o Uruguai tem sido a “Suíça” brasileira, isso pela excelente logística de exportação que o país oferece.