O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek afirmou nesta quarta-feira (18) pela manhã, que a principal alternativa para alcançar o desenvolvimento dos países sem prejudicar o meio ambiente é investir em energias renováveis. A afirmação foi feita na abertura do 7º Encontro Ibero-Americano de Desenvolvimento Sustentável (Eima), que acontece até dia 20, no Hotel Rafain, em Foz do Iguaçu. Participaram da solenidade de abertura, ainda, representantes do governo do Paraná e de órgãos ambientais da Espanha.
“O Brasil tem uma matriz energética bastante limpa”, disse Samek. Mesmo assim, segundo o diretor-geral brasileiro de Itaipu, o País explora apenas 30% de seu potencial hidráulico. Ele lembrou que em 2010 o setor elétrico brasileiro dará início a um novo ciclo, quando serão concluídas as primeiras usinas hidrelétricas que fazem parte do plano de expansão.
O setor elétrico conta hoje com 103.033 MW instalados, dos quais 75,2% correspondem a usinas hidrelétricas, 22,3% a térmicas, 2% a nucleares e 0,4% a eólicas. O aumento do aproveitamento hidrelétrico, disse ainda, deve ser feito com base em muitos estudos, para minimizar os impactos ambientais.
Eima – O Eima acontece paralelamente ao 6º Encontro do Programa Cultivando Água Boa. A intenção é fazer um intercâmbio entre os países ibero-americanos e trocar experiências na área do desenvolvimento sustentável. Durante o evento, acontecem três fóruns reunindo os setores empresarial, social e governamental. Cada fórum vai gerar um documento, que será apresentado no final do encontro do CAB. O estudo reunirá recomendações para os governos dos países participantes.
Criado em 1996, o Eima acontece pela primeira vez no Brasil. De acordo, com o diretor executivo do Observatório de la Sostenibilidad en Espana (OSE), Luis Jiménez Herrero, a escolha foi muito bem feita. “Cada vez me surpreendo mais com o Brasil pelo nível técnico dos profissionais e pelo interesse e entusiasmo com as questões ambientais”, disse.
Para Herrero, é preciso criar indicadores para poder administrar os recursos ambientais de cada país. “Mas não podemos considerar a natureza apenas mercadoria; há valores maiores como o patrimônio cultural, ambiental e paisagístico”, concluiu.
Para o presidente da Fundação Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente, da Espanha), Gonzalo Echagüe Méndez de Vigo, o Brasil é privilegiado por não ter sido atingido de forma tão intensa pela crise econômica internacional. Outra crise, a ambiental, é um aviso para mudar as práticas dos países, afirma. “O desenvolvimento deve ser inteligente, se preocupando com os aspectos econômicos, sociais, ambientais e culturais”.