Search
Previous slide
Next slide

Ruy Castro e o foco biográfico no Salão do Livro de Foz do Iguaçu

Previous slide
Next slide

Ruy Castro é considerado um dos maiores biógrafos do Brasil, escreveu sobre a vida de Carmem Miranda, Garrincha, Nelson Rodrigues e o livro que resgata o nascimento da Bossa Nova, Chega de Saudade, entre outros.

Na palestra desta terça-feira (11) no Salão do Livro de Foz do Iguaçu, o escritor muito confortável com a presença do público comentou sobre o processo criativo de seus livros e deu dicas para realizar uma boa biografia.
 
O escritor diz que escolhe os seus personagens com que ele tem mais afinidade para biografar. “Eu tenho o prazer de retratar, são pessoas geniais. Não existiam universidades para ensinar esses personagens no que eles foram”, disse Castro.
 
Ruy ainda comentou que não acredita em ensaios biográficos para reconstruir a vida de uma personalidade, “é necessário conversar com as pessoas que conviveram com os biografados. O tempo que levo para terminar um livro é devido a dificuldade de conversar com as pessoas relacionadas ao personagem”, revela.
 
O biógrafo conta como o processo de pesquisa e investigação pode levar tempo, o que acaba sendo o momento mais importante do livro. “São uma média de 1000 entrevistas a cada livro, é um trabalho que envolve muitas pessoas. É necessário fazer muitas pesquisas. Mas isso não é cansativo, é algo intrigante. O biógrafo tem a obrigação de penetrar em cada ambiente da vida do biografado, e isso pode desagradar os parentes e os amigos".
 
 

$(function(){
// esconde o conteúdo de “saiba mais” que fica no rodape da pagina
$(‘div#contentcolumn .relacionada’).hide();
// armazena o conteudo da div
var contentDivSaibaMais = $(‘div#contentcolumn .relacionada’).html();
$(‘div#contentcolumn .new-div-relacionada’).html(contentDivSaibaMais);
});

Castro deu um exemplo de como ele desenvolveu a obra de Carmem Miranda. “Conversei com 80 pessoas que conviveram diretamente com a Carmem, pessoas entre 80 e 95 anos. Consegui reconstituir por intermédio dela o nascimento da indústria fonográfica no Brasil. Foi um trabalho maravilhoso, porque eu realizei um belo texto. Nunca ninguém havia retratado a vida da Carmem quando ela morava no bairro da lapa, e isso envolveu o nascimento da boemia no Rio de Janeiro de 1915 a 1925. Ela começou a cantar quase que por acaso, aos 19, 20 anos. Ela levou as falas das ruas para a música, algo inédito e inventou a maneira brasileira da cantar”.
 
O escritor revelou a vida fascinante de passar dois ou três anos mergulhado na vida da pessoa. “Eu anulo a minha vida e vivo a vida do meu personagem. Quando passam uns seis meses eu tenho certeza que eu capturei a alma do biografado, mas eu descubro que o biografado é que pegou a minha”.
 
Sobre as escolhas que o escritor faz para decidir sobre quem escrever, Castro comenta que procura sempre universos diferentes do anterior, e coloca mais dificuldade para deixar o trabalho mais intrigante para o leitor, procurando entrevistar mais pessoas, mais locais e mais depoimentos.
 
Por fim, revelou como surgiram os nomes dos livros. Chega de Saudade, além de ser uma música que deu início ao movimento Bossa Nova, o livro não deveria ser saudosista e sim para os jovens que gostariam de saber como foi o movimento. Anjo Pornográfico veio de uma pequena entrevista que Nelson Rodrigues deu onde revelou: “Sou a pessoa que vê o sexo pelo buraco da fechadura, sou um anjo pornográfico”. Estrela Solitária foi um sonho que Ruy Castro teve que estava escrevendo um livro que tinha esse nome.
 
Previous slide
Next slide