Os brasileiros são os internautas que passam mais tempo conectados às redes sociais e blogs. No país, 86% destes acessam as redes sociais, sendo que cada brasileiro dedicou, em média, mais de cinco horas a esses tipos de sites. É o que aponta dados do mês de abril divulgados pela Nielsen, que apresenta um aumento de 24% nas visitas às redes sociais durante o último ano. As redes sociais também têm tido importância nas estratégias das companhias.
Se por um lado as empresas querem usar e abusar das mídias sociais para divulgar seus produtos, serviços e vagas de emprego, por outro, a utilização das mesmas por parte dos funcionários – pelos meios convencionais, pelo menos – é barrada sem muitas explicações.
Andrea Huggard-Caine, consultora de RH e membro do comitê de criação do CONARH, aponta que os empresários dão algumas explicações para essa proibição: a primeira é que sobrecarrega a banda e, a segunda, é que os funcionários perdem muito tempo nas redes sociais e por último, por se preocuparem com o vazamento de informações confidenciais.
“É muito mais uma questão de educação, orientação e conscientização dos funcionários estabelecendo uma cultura de uso e boas práticas. É necessário explicar que o uso inadequado da internet sobrecarrega demais o sistema, devendo ser evitado o download e visualização de filmes -mesmo curtos -, uso de rádios ou manutenção de programas em aberto quando não estão em uso. Além disso, é preciso orientar sobre qual é a conduta certa na hora de dividir informações, o que pode ser compartilhado, os cuidados em respeitar direitos autorais e deixar claro quando falamos em nome da empresa e quando falamos como opinião própria. É preciso lembrar sempre que o que foi colocado é permanente e devemos pensar nas consequências disso no futuro”, aponta Andrea.
Sendo o objetivo da empresa o alinhamento e engajamento dos funcionários, Andrea dá a dica de que a geração Y, composta por pessoas nascidas a partir de 1980 e que se desenvolveu junto com os avanços tecnológicos, tem a necessidade de pertencer a vários grupos e compartilhar conhecimento. “Os jovens são individuais na coletividade e a empresa pode usar isso a seu favor, criando uma ‘tribo’ na empresa. Algumas já conseguem fazer isso, criando fóruns de discussões abertos. Desta forma, todos podem participar e interagir. As outras gerações poderiam, inclusive, serem vistas como fonte de conhecimento”, explica a consultora.
Se para as gerações anteriores os feedbacks eram dados em reuniões mensais, trimestrais ou anuais, a geração Y carece de feedbacks rápidos e essa agilidade pode ser encontrada numa mídia social. “Um dos fenômenos que rege a construção da geração Y são os games que dão feedback instantâneo. Você sabe quantas vidas tem, qual a relação com o outro jogador e os pontos que conquistou. Então, os jovens esperam ter ‘feedback twitter’, que são curtos e instantâneos, mas dão a oportunidade de saber como está caminhando e o que precisa para evoluir para o próximo passo ou fase”, exemplifica Andrea.