BENCHMARKING
Quem é profissional de Marketing deve estar bem familiarizado com o termo. Para quem não é, eu explico. Benchmarking é uma técnica – muito utilizada pelas empresas – que consiste na observação de práticas que obtiveram êxito em outras empresas e implementação dessas práticas na própria.
Em administração pública também é assim que as coisas deveriam acontecer. Em segmentos básicos do cotidiano municipal não dá mais para “inventar a roda”. Não sou contra idéias e práticas inovadoras, mas há experiências que já foram testadas à exaustão e já se comprovaram ineficazes.
A novela do transporte público de Foz do Iguaçu é um grande exemplo de que um benchmarking bem feito, poderia ter poupado os munícipes de muitos transtornos. Isso sem levar em conta os prejuízos financeiros.
No benchmarking das empresas, a prática não consiste em uma simples cópia das práticas utilizadas pela companhia-modelo. Na verdade, os gestores do projeto, que cuidam da implementação dessas ações, têm a árdua tarefa de adaptar os procedimentos à realidade de sua empresa, e é aí que está a chave do sucesso.
Quantos exemplos o município de Foz do Iguaçu tinha para adaptar antes de, simplesmente, enfiar “goela abaixo” da população um sistema que só agradava (e beneficiava) as empresas concessionárias?
Lembro-me que, já na administração Mac Donald, se falava num tal Cadastro Social. Até para medir audiência de rádio (precariamente, é lógico) tais números eram usados; por que não usá-los, então, para entender as necessidades da população?
E o programa de rádio, menina dos olhos do Prefeito? Por que não lançou uma enquete popular para ouvir o que o povo esperava do transporte público?
Tanto dinheiro gasto em propaganda na TV – veiculada paralelamente à campanha eleitoral – e nenhum centavo destinado a uma consulta pública qualificada, que pudesse nortear uma decisão tão importante. Tão simples de se fazer (era só uma pesquisa), numa cidade aonde estudantes universitários adorariam entrevistar os usuários do transporte, participando ativamente do desenho de uma nova realidade para o município.
E tudo foi feito de uma maneira toda ajeitadinha. Implantação da catraca eletrônica. Mudança no sistema de concessão, com a formação de um único consórcio para gerir todo o sistema. Aquisição de ônibus novíssimos e aplicação de um novo visual.
Como disse Peter Drucker (1909-2005), o pai da administração moderna, “eficiência é fazer as coisas bem feitas. Eficácia é fazer as coisas certas”. Sobrou eficiência para se manipular o sistema e convergir interesses (alheios aos do povo), mas faltou eficácia nas ações de nossos gestores públicos. A moldura ficou mais bonita do que o quadro. Então, a saída foi trocar a ilustração da tela pela do quadro antigo.
A volta ao antigo sistema de transporte gerou mais gastos, entre nova mudança da localização das paradas de ônibus e a ampla divulgação na mídia. De quem será essa conta? Do consórcio ou do combalido povo?
Que impacto esse retrocesso trará politicamente ao Prefeito, só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: a vontade do povo deverá a ser mais respeitado, doravante.
Finalizando esse tópico, uma mescla de crônica com discussão de conceitos de Marketing e Administração, peço licença para citar Drucker, uma vez mais: “Não existem países subdesenvolvidos. Existem países subadministrados.”
Municípios idem, mister Peter…
FOZ FUTSAL
Ouvi ontem (07/02/11), na Transamérica (www.transafoz.com.br) uma notícia que me deixou esperançoso. O glorioso Foz Futsal vai voltar a disputar a Série Ouro do Campeonato Paranaense de Futsal. Com a desistência de algumas equipes que detinham, por direito, a vaga na Elite, mais a falta de interesse de outros times que estavam na Prata, a Máquina Mortífera conseguiu voltar a um reduto que jamais deveria ter abandonado.
O comando da equipe está a cargo da Liga Iguaçuense de Futebol de Salão, que deverá contar com o apoio da Secretaria de Esportes e, certamente, das grandes empresas iguaçuenses.
Assim, “o poste não vai mais ‘mijar’ no cachorro”; pelo menos não no futsal. Agora, o uso do nome é legítimo, estando nas mãos de quem realmente segurou as barras mais pesadas do Alviverde.
Espero que esse retorno seja um novo começo para o esporte de Foz, depois de tantos desacertos…
LIPPY & HARDY
Dia desses, o torcedor ficou sem entender como está, na real, a preparação do Foz do Iguaçu Futebol Clube para a Divisão de Acesso 2011. Enquanto o sempre otimista diretor financeiro, Arif Osman, deu uma entrevista empolgante na Rádio 97FM (www.radio97.fm.br), projetando uma boa temporada, com novas parcerias e boas perspectivas, o presidente, Lóli Dalla Corte, quase fez chorar o torcedor na Rádio Cultura (www.radioculturafoz.com.br). Para Lóli, só um milagre viabilizaria o Foz no campeonato desse ano.
A situação me fez lembrar um clássico desenho animado de Hanna-Barbera: Lippy e Hardy. No desenho, que embalou as décadas de 70 e 80 (um pouquinho de 90), Lippy era um leão, que traçava planos mirabolantes, sempre acreditando que daria certo. Hardy, por sua vez era uma hiena, de pessimismo deprimente, que entrava na aventura já prevendo um final catátrófico. “Ó dia! Ó vida! Ó azar!” era esse o bordão de Hardy, jamais esquecido pelas crianças da época.
TÁ RUIM, MAS TÁ BOM
Nessa historinha, o torcedor fica sem saber em quem confiar: no leão ou na hiena. Afinal, a situação do Foz é para animar, ou deve o torcedor ficar com um pé atrás?
A única certeza que fica nisso tudo é que a diretoria continua desafinada. O discurso ainda não foi unificado. E a verdade, fica cada vez mais difícil de se encontrar.
A credibilidade do Foz conseguiu sobreviver a alguns incidentes. A bronca da Plena Paz e a assessoria de vereador que expuseram o nome de Lóli, aparentemente não afetaram a confiança dos empresários e da torcida. Mas, insistir em práticas pouco transparentes pode acabar jogando no lixo tudo o que se construiu, até aqui.
ENCAÇAPADA
A maior conseqüência disso tudo foi que o Pedro Caçapa acabou sendo anunciado como treinador. Não ficaria bem para um clube que “tá mal das pernas”, anunciar um pré-contrato com Ivair Cenci, que acabara de assumir um time da 1ª Divisão (Cascavel) e que se valorizou, ao derrotar o poderoso Atlético Paranaense.
Pelo que sei, o custo de ambos, gira na mesma faixa salarial e já havia até um esquema preparado para suprir a ausência de Cenci, enquanto durasse a participação do Cascavel no Paranaense.
A contratação de Caçapa, que há pouco nem era treinador, pôs fim, também, às negociações com Carlos Nunes e com o Betão, aquele que foi preterido ao “craque” Brito, e que ainda é o treinador de melhor campanha na história do time.
Nesse jogo de cena (com “c”, não com “s”), quem tem a perder é só o torcedor, que fica na dúvida se a diretoria fez, realmente, a melhor escolha.
Ó ano! Ó time! Ó azar!
A VAGA É DO PARTIDO
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse entender que a substituição de parlamentar, que deixa a Câmara para assumir postos no Executivo, deve ser feita por suplente do mesmo partido, e não por suplente de coligação partidária.
Assim, ela ratificou que a coligação só vale no período eleitoral, perdendo qualquer efeito, logo após a Eleição.
A decisão deverá ter efeito, também, nas câmaras municipais.
Acho a decisão injusta. Já que foi o esforço da coligação que conseguiu a vaga que conduziu o titular ao mandato, a suplência também deveria ser sucedida pela coligação.
Bem, se essa não fosse uma matéria controversa, não precisaria ser decidida no STF, não é mesmo?
Até mais!
"Deixa Deus comandar o teu time no jogo da vida e seja um vencedor, sempre…"
WASHINGTON SENA
Washigton Sena é colunista do Clickfoz. Neste espaço ele conta um pouco sobre os bastidores da política e do esporte municipal e estadual. Esta coluna mantém um canal direto com o colunista Washington Sena. É o clickfoz@wsena.com.br. Além das “Pérolas do Rádio”, pode mandar elogios, reclamações, sugestões, críticas. Fique à vontade.