Lideranças de bairro, estudantes, juventudes políticas, sindicalistas, comerciantes, empresários e moradores em geral compareceram ao plenário na noite de quarta-feira (13) para debater o transporte coletivo iguaçuense. A audiência pública foi proposta pelo vereador Nilton Bobato (PCdoB), estavam presentes na mesa o diretor superintendente do Foztrans, Edson Stumpf, o diretor da empresa LOGITRANS, Eng. Antônio Carlos Marchezetti, presidente do sindicato dos rodoviários, Dilton Vitorassi, representantes da Acifi e do Sindihotéis.
Fotos: Mariana Serafini |
População lotou o plenário |
Estavam presentes oito vereadores: Nilton Bobato responsável pelo requerimento da audiênicia, Sérgio Beltrame (PMDB), Carlos Juliano Budel (PSDB), Gessani da Silva (PP), Edson Narizão (DEM), Rodrigo Cabral (PSB), Luiz Queiroga (DEM) e por último Zé Carlos (PMN) que chegou atrasado e justificou. Sete vereadores não compareceram, entre eles o presidente da Casa, Edílio Dall´Agnol (PSB).
Foto: Mariana Serafini |
Engenheiro Marchezetti (à direita) saiu do plenário durante a audiência para ouvir um morador e esclarecer o projeto |
LOGITRANS – O estudo feito para executar a mudança no transporte coletivo foi apresentado pelo Eng. Marchezetti, segundo ele foram realizadas 12 mil entrevistas com usuários do transporte coletivo para saber “as reais necessidades da população”. Neste ponto os moradores presentes contestaram com gritos e cartazes, muitos o acusavam de estar mentindo. Porém, Marchezetti afirmou que a pesquisa está disponível na sede do Foztrans para consulta pública.
O engenheiro justificou ainda que a empresa Logitrans seguiu modelos de grandes metrópoles para implantar o novo sistema em Foz do Iguaçu e que a primeira etapa, executada em janeiro deste ano, era apenas um teste. “Atualmente estamos reestudando todos os itinerários, aumentaremos 30% das linhas”, ou seja, onde atualmente tem 10 carros disponíveis passarão a ser 13. Marchezetti acredita que este reajuste será suficiente para atender a demanda.
Poder público – Edson Stunpf tranqüilizou a população ao afirmar que a partir de agora todas as mudanças serão feitas após amplas discussões feitas em todas as regiões das cidades com os moradores. Segundo Stunpf a nova mudança será gradativa e os itinerários já existentes serão alterados o mínimo possível, e onde a demanda for muito alta o número de carros será reforçado. Stunf afirmou também que a mudança será gradativa, feita por regiões. A primeira será no eixo Norte-Sul, a seguir na região do bairro Morumbi, depois os eixos Av. Paraná-AKLP, rodovia das Cataratas e por último o bairro Três Lagoas, onde o poder público se comprometeu em construir um terminal coberto.
Edson Stunpf, diretor superintendente do Foztrans |
Uma moradora, nervosa com a situação, levou cartazes para protestar, ela pedia ônibus a cada 15 minutos. Em resposta ao protesto Stunpf afirmou que no novo sistema o tempo de espera será entre seis e sete minutos. Atualmente o tempo de espera em algumas linhas chega há 45 minutos durante a semana e mais de uma hora nos finais de semana. “A frota nunca diminuiu, só aumentou, e não houve nenhuma demissão de funcionários, pelo contrário, foram contratados mais”, indagou Stunpf.
Participação popular – Terminadas as apresentações sobre o novo sistema, a tribuna foi aberta para a participação popular com inscrição prévia. Ao total 16 pessoas ocuparam o espaço para expressar opinião sobre o caso, entre elas estudantes, comerciantes, sindicalistas, moradores antigos da cidade, e membros do conselho de transporte urbano, cada um teve o teto de 5 minutos. “Depois que vocês falaram na primeira audiência que tinham feito 12 mil pesquisas, eu saí conversar com as pessoas nos pontos e não vi nenhum entrevistado, então eu mesmo fiz 1100 entrevistas, eu peço mais respeito com o povo”, Luiz Carlos dos Santos, usuário do transporte coletivo.
“esse monopólio tem que acabar, enquanto existir o transporte não vai melhorar”, afirmou Danilo Ribeiro |
Algumas pessoas foram ainda mais incisivas em suas participações entre eles estava o licenciado em História, Sannes Santos Fortuna “O passageiro é transportado como gado para ir ao trabalho”. “O tempo que o cidadão perde para se deslocar do trabalho até em casa ou vice-versa, que é muito por sinal, ele poderia estar com os filhos, estudando ou praticando algum lazer, é necessário mais respeito”, Luiz Henrique Dias, estudante de Gestão Pública. “O jeito que a coisa está anda bizarra! Vocês mexeram no bem mais valioso do trabalhador: o tempo! Enquanto muita gente sofre no transporte, duas, três famílias estão lucrando com isso!”, Danilo George Ribeiro, vice-presidente da Comissão dos Direitos Humanos.
Ao fim da participação popular os membros da mesa esclareceram algumas informações, Stunpf anotou as reclamações e comentou algumas e afirmou que este é o começo de um longo processo de mudança. O vereador Zé Carlos propôs como solução o transporte alternativo, onde vans, e carros particulares possam circular com as devidas condições de segurança, cobrando uma tarifa. A partir de agora, as próximas reuniões serão anunciadas com antecedência nos bairros para que a população leve as reclamações.