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Para que serve e para quem serve um vereador?

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Além disso, o vereador precisa fiscalizar o executivo municipal e cobrar respostas aos anseios da população. Ele deve representar a sociedade e a Câmara de Vereadores precisa ser vista como o reflexo de toda a cidade, com sua complexidade representada.

Na teoria é bem bonito, né?

Mas a prática é outra: a Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu (e de outras cidades) é um verdadeiro balcão de negócios, um mercadão descarado. Ali se tem, se vende e se vê de tudo. Há vereador que é contra e vereador que é a favor do prefeito, mas poucos são fiscalizadores e, estes, geralmente, ficam isolados. Há também os oportunistas e aqueles que não fazem absolutamente nada para não serem notados, mas estão ali há tempos, como carrapatos.

O fato é que o negócio ali, na Câmara, passa longe de se fiscalizar ou se legislar.

Muitos mandatários, inclusive, entendem pouco de leis. Isso não significa que o legislativo é só para advogados, pelo contrário, mas os vereadores devem estar assessorados por técnicos para cumprirem seu mandato de forma coesa e digna. Basta visitar a Câmara para perceber que a maioria dos gabinetes é fantasma ou, em muitos casos, com assessores conhecidos por “laranjas”, que pouco ou quase nada sabem da função de um vereador e passam o dia todo ali, sem fazer nada, recebem salários volumosos e ficam rindo, contando fofocas, comprando e vendendo rifas.

As rifas, inclusive, são uma prática comum nos corredores da Casa de Leis e dividem espaços com os vendedores de paçoca e cocada, com religiosos e seus fiéis pedindo dinheiro para reformas de igrejas e brindes para bingos e festas.

Vê-se, por ali, também, dezenas de pessoas em busca de autorização para tirar xerox ou pedindo dinheiro para pagar o ônibus.

Há também cidadão querendo ajuda para montar jogo de camisa para time de futebol de bairro ou obrigando vereador a comprar ingressos de peças de teatro ou, essa é a nova moda em Foz, vendendo espaço nesses jornalecos politiqueiros e nesses blogs “falo bem pra quem pagar”, que se proliferaram por todos os lados.

E o grande culpado de toda essa palhaçada: nós, é claro! Nós não só votamos neles, mas os vemos como assistencialistas.

Quantas vezes eu vi gente dizer que o vereador “não ajudou” depois de ter se elegido? Ora, o vereador não deve ajudar a alguém, deve, sim, ajudar a todos. E não é distribuindo donativos, ou agindo no Marxismo Burguês Assistencialista, mas sim, fazendo leis, fiscalizando o prefeito e, é claro, colocando seu gabinete para trabalhar de forma técnica e transparente.

A maioria ali é oportunista e age com nossa conivência. A culpa, caro leitor, é minha, é sua e é de todos que nunca aparecem lá pra assistir uma sessão da Câmara. Que nunca vai lá para fazer mais nada se não pedir.

 

 


 

 *Luiz Henrique Dias é dramaturgo. Acesse: luizhenriquedias.com.br ou siga ele lá: @LuizHDias

 

 

 

 

 

 

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