Na manhã de quarta-feira (23) os três órgãos federais responsáveis pela segurança nas áreas de fronteira do país – Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Receita Federal – realizaram uma operação padrão que seguiu até as 13h. A ação foi realizada em pontos estratégicos de fronteira por todo o país, em Foz do Iguaçu, aconteceu na Ponte de Amizade.
Foto: Mariana Serafini | Clickfoz |
A operação padrão consiste em fiscalizar todo os carros que atravessam a fronteira |
A operação padrão acabou deixando o trânsito muito mais lento que o normal, mas o objetivo é justamente esse, mostrar que o número de profissionais trabalhando na região da Ponte da Amizade não é o suficiente para atender toda a demanda.
Foto: Mariana Serafini |
Pedro da Silva Cavalcante, presidente da Federação dos Policiais Rodoviários Federais afirma que o país não está preparado para receber eventos de grande porte com a atual condição da segurança de fronteira |
De acordo com o presidente do Fenaprf – Federação dos Policiais Rodoviários Federais, Pedro da Silva Cavalcante, as principais reivindicações são, aumento do efetivo das três instituições, melhoria na estrutura de fiscalização de fronteiras e um adicional de fronteira no salário de funcionários federais que se propõem a trabalhar nessas regiões.
Cavalcante afirmou que atualmente o Brasil conta com pouco mais de 9.200 policiais rodoviários federais, o número está tão defasado que só o estado de São Paulo conta com mais de 100 mil policiais militares, em Brasília são mais de 15 mil policiais. Cavalcante alega que é preciso aumentar em até cinco vezes o número de servidores federais da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Receita Federal.
“Se o país quer crescer precisa cuidar das suas fronteiras, vamos receber três grandes eventos agora, Rio +20, Copa do Mundo e Olimpíadas, não tem efetivo o suficiente para cuidar das fronteiras e proteger o país durante eventos como estes. Não adianta fazer investimentos agora é preciso criar uma política permanente de fronteira”, afirmou.
Segundo Cavalcante, as ações pacificadoras que estão sendo feitas no Rio de Janeiro estão surtindo efeito direto nas fronteiras. “Esses traficantes estão saindo dos grandes centros, montando verdadeiros escritórios nos países vizinhos, vindo para o Brasil cometendo seus crimes e atravessando a fronteira novamente”, denunciou.
De acordo com ele, é preciso fazer um plano de ação para proteger as fronteiras do país todo. Quanto ao Paraná ele afirma “a Ponte da Amizade é só a ponta do iceberg, tem toda a região do rio que acontece o tráfico de drogas, armas, animais e mercadorias”.
Essa já foi a terceira operação padrão realizada pelos servidores federais este ano, se for preciso eles estão dispostos a realizar mais ações desse caráter. Cavalcante alerta que se não houver respostas satisfatórias do Governo Federal, a possibilidade de uma greve geral nacional não está descartada.