Um a um os interessados pelo tema começam a se aconchegar no pequeno auditório, enquanto isso o solícito Manfredini conversa com algumas pessoas até dar o horário de começar a palestra sobre suas duas obras.
Foto: Mariana Serafini |
Manfredini e Mac Donald se encontraram e conversaram sobre os tempos de escola quando ambos eram da mesma diretoria do Grêmio Recreativo |
Bem humorado, Manfredini mostra ao ex colega de escola, prefeito Paulo Mac Donald Ghisi, uma revista que a então diretoria do “Grêmio Recreativo” da gestão que eles participavam produziu. Os dois riem e relembram alguns fatos pitorescos da época.
Com essa conversa de como era o cotidiano do colégio Militar, onde os dois estudaram, Manfredini puxa o tema da palestra com um ensinamento que receberam na escola. “Na nossa época do Colégio Militar soldado não usava guarda-chuva eles diziam que o soldado não tem medo da chuva e eu digo que hoje não tem medo da chuva, mas tem medo da verdade”.
Foto: Mariana Serafini |
Durante a palestra, Manredini leu fragmentos de sua obra e contextualizou a realidade contemporânea |
Tanto Memória da Neblina quanto Moças de Minas falam sobre a Ditadura Militar, um assunto que “está em evidência no Brasil”, de acordo com Manfredini, devido à instauração da Comissão da Verdade. Ele é um grande pesquisador do tema por acreditar que “um país não pode avançar com tantas sombras do passado”.
Moças de Minas conta a história de cinco militantes de esquerda, para a produção do livro, Manfredini entrevistou cada uma delas para extrair cada detalhe da história vivida por elas ainda na juventude. Apesar de muito emocionante e com incontável riqueza de detalhes, o livro é ainda um grande documento histórico e para isso, o autor buscou referências principalmente em jornais e revistas da época e documentos militares.
Já Memória de Neblina é, segundo Luiz Manfredini, uma ficção, mas que conta uma história real. Com a diferença de não ser uma história pontual como Moças de Minas, é um romance baseado na realidade, mas com personagens fictícios.
Os dois livros estão a venda no Salão do Livro, e quem se apressar corre o risco de ainda encontrar o Manfredini pelos corredores para receber um autógrafo.