Mesmo distante de Foz, fico de olho no noticiário local e nas redes sociais de amigos – bons amigos – que deixei por aí. Assim, pude acompanhar, quase de perto, os X Games.
O evento, um orgulho para nossa cidade, chega ao seu final nos dando duas certezas: 1 – temos sim condições de estar na rota dos grandes eventos do mundo e; 2 – temos sim um povo receptivo e disposto a não só receber mas se fazer presente nesses eventos.
Foto: Pedro Rodrigues |
A cidade precisa dar um salto de eficiência na agenda de desenvolvimento |
Lembro-me de todo o trabalho de articulação – de Itaipu, da Prefeitura, de empresas e de pessoas – para trazermos o evento para Foz do Iguaçu. Os pessimistas, à época, diziam que a cidade não teria chance contra gigantes urbanos como as concorrentes européias e provamos, com a escolha, o quanto uma cidade não se faz somente de presente, mas de futuro. E temos, sim, um futuro magnífico.
Mais de oitenta etnias. A maior usinaem produção de energia do mundo. As mais belas quedas d’água do planeta. A concepção universitária mais progressista da América. E, acima de tudo, um povo feliz e que ama essa cidade. Mesmo os que, como eu, por um tempo, precisam se ausentar – para trabalho ou estudo – mas não conseguem perder os laços e as raízes.
Assim, Foz do Iguaçu se consolida como um Destino de alta atratividade.
Mas devemos parar por aí?
Obviamente não.
Agora, passada a festa dos esportes radicais, é preciso se aprofundar o debate sobre a cidade que temos e a cidade que queremos. Uma pauta, ao meu ver, é darmos rumos definitivos à questões fundamentais para nosso desenvolvimento como cidade e como Destino. Cito, pra exemplificar, projetos como o Beira-Foz, os Portos Nodais de Transposição de Itaipu, a Segunda Ponte, os viadutos da BR 277, a duplicação da Rodovia das Cataratas, a destinação correta do Centro de Convenções e, é claro, a melhoria do Transporte Coletivo, este último, ao meu ver, o maior problema estrutural da cidade.
A agenda de desenvolvimento passa por todas as esferas de Governo e pelo setor privado. Acredito ser o CodeFoz uma importante ferramenta para isso, mas não é e não deve ser a única. A movimentação social e da imprensa, principalmente a imprensa preocupada com a cidade, deve ser o catalisador dessas mudanças e cobrar das autoridades e entidades rapidez, clareza e resultados.
A Foz do Iguaçu que queremos ainda está longe de acontecer mas, ao contrário do que muitos pensam e dizem, sabemos exatamente como fazer e precisamos, apenas, de um pouco mais de motivação e acertos.
* Luiz Henrique Dias é encenador da Cia Experiencial O Teatro do Excluído de São Paulo, Membro do Núcleo de Dramaturgia SESI Paraná e trabalha com projetos em políticas públicas para a arte e a cultura. Ele escreve, a partir de hoje, todas as segundas aqui no Clickfoz. Se quiser, siga ele no Twitter: @LuizHDias