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Foz do Iguaçu no Jornal Hoje e como poderia ser se…

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De tempos em tempos o jornalismo da Rede Globo abre um grande canal de informação sobre a fronteira, sobre a violência na fronteira, sobre perseguições, prisões e contrabandos em Foz do Iguaçu.

O Jornal Hoje desta quinta-feira, 25, começou a abordar uma série de matérias, já permeadas no imaginário nacional e que os moradores e autoridades de Foz do Iguaçu não escondem: a travessia do contrabando na fronteira entre Brasil-Paraguai.

Consciência ou não, a matéria foi veiculada uma semana após os X Games, evento que colocou a cidade no epicentro de matérias positivas, ligadas ao bem estar, cultura e esporte que a região nunca tinha presenciado. Mas não vamos entrar neste viés.

Mesmo com tendências sensacionalistas, a matéria mostra a realidade que somos obrigados a conviver. O tráfico e o contrabando existe em nossa cidade e isso não é novidade para ninguém, para nenhum brasileiro.

Foz do Iguaçu convive com batalhões especiais anti-drogas, efetivo grande de policiais federais e diz a lenda que até temos aviões não tripuláveis capazes de enxergar a quilômetros de distância. E ainda mais agora, com a operação Fronteira Blindada.

Mas uma grande dúvida que eu tenho é: Porquê todo este mal acontece?

Se temos policiais, força especializada e até robôs. Porquê são cometidas estas atrocidades?

A matéria da Globo faz questão de responder, quando o repórter pergunta "Porquê não se fecha estes portos [de contrabando] ou deixa uma equipe permanentemente vigiando? o  agente da Receita Federal diz algo que todos nós já estamos cansados de saber: "Uma equipe permanente na região seria caro e eles abririam 500 metros acima outro porto".

Não é uma resposta muito fácil de engolir. Até porque nós esperamos que a força policial faça definitivamente o seu trabalho. O agente que deu esta resposta não tem culpa, ele apenas está fazendo o seu trabalho. Mas a afirmação veio como um: "Estamos apenas fazendo o nosso trabalho. Fechamos este porto, mas sabemos que o contrabando vai continuar". É uma pena, eu sei.

Com o papel de mostrar onde está a raíz do problema, o réporter da Rede Globo não o faz. Apenas joga imagens sombrias em uma edição alucinante, de dar medo a qualquer um, para falar sobre os males da região.

Para quem não conhece Foz do Iguaçu, esta matéria dá o entender que atravessar a Ponte da Amizade para fazer compras no Paraguai (algo rotineiro para os moradores da região) não é seguro.

Um projeto para amenizar este clima é óbvio para qualquer um: ocupar a margem do rio com cultura, lazer, parques e diversão. Expulsando dali qualquer tipo de criminalidade. E este projeto já existe, esperamos apenas que não demore para sair do papel. É o projeto encabeçado pela Itaipu Binacional e demais setores da sociedade civil organizada, o Beira Foz.

A matéria da Rede Globo não mostra soluções, apenas aponta o problema. Como se isso, que já acontece há décadas, estaria fadado a acontecer nas décadas seguintes.

Mas para nós que amamos Foz, sabemos que tem solução! Então, saiba como poderia ser se:

Beira Foz
– O Projeto Beira Foz surgiu de uma certeza – os 21 quilômetros de margens do Rio Paraná, entre a usina de Itaipu e o Marco das Três Fronteiras, em Foz do Iguaçu, são território livre para contrabandistas e traficantes de armas e de drogas; foi resultado também da consequente constatação – só o aumento da fiscalização não basta.

Pela proposta, parques, restaurantes, avenidas, hotéis, condomínios residenciais e atividades esportivas e de lazer vão ocupar os vazios urbanos onde proliferam moradias irregulares que funcionam como depósito de mercadorias ilegais, trazidas do Paraguai e desembarcadas em portos clandestinos.

O Projeto Beira Foz se estende também aos 17 quilômetros de margens do Rio Iguaçu entre o Marco das Três Fronteiras e a entrada do Parque Nacional do Iguaçu.
 

 


 

Garon Piceli é editor do portal ClickfozSiga no Twitter: @garonpiceli

 

 

 

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