A fabricante de brinquedos Estrela, que tem três unidades fabris no Brasil, inaugurou na nesta terça-feira, 07, em Hernandárias, seu primeiro estabelecimento industrial no Paraguai. Carga tributária, custos trabalhistas e valor da energia elétrica mais baixos foram alguns dos fatores que atraíram a fabricante ao país vizinho. Os diretores-gerais da Itaipu, Jorge Samek (Brasil) e James Spalding (Paraguai), compareceram à solenidade de inauguração.
O investimento inicial é modesto: são US$ 2 milhões, que irão contribuir para a criação de 200 empregos diretos. Porém, a expansão da tradicional marca brasileira tem alto valor simbólico, tanto que a solenidade de inauguração contou com a presença do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, ministros, presidentes de organizações representativas de indústrias, como Edson Luiz Campagnolo, da Fiep, Sérgio Longen, da Fiems, e Synésio Batista da Costa, da Abrinq, além de diversas lideranças políticas e empresariais do Brasil e do Paraguai.
“Estamos comemorando 80 anos em 2017 e nada melhor do que comemorar abrindo uma nova fábrica”, afirmou o presidente da Estrela, Carlos Tilkian. Segundo ele, com a nova unidade industrial, a fabricante pretende diminuir suas importações de componentes da China e aumentar as vendas para os países do Mercosul.
Atualmente, cerca de 35% dos componentes da Estrela vêm da China. No Paraguai, a indústria brasileira será beneficiada pela Lei de Maquila, que garante isenções fiscais para empresas que importam componentes e montam os produtos no Paraguai para depois exportá-los. Outra vantagem é a maior disponibilidade de energia de Itaipu a partir da construção de uma nova linha de 500 kV entre a usina e Assunção, inaugurada em 2013.
A Itaipu, com sua experiência de mais de 40 anos de relacionamento entre Brasil e Paraguai, tem contribuído para a aproximação entre empresários de ambos os países interessados em fazer negócios.
“Esse investimento é a demonstração do Mercosul na prática. É sair daquela fase de discursos políticos e reuniões para um intercâmbio efetivo entre as empresas dos países”, disse Samek que, além dos custos operacionais reduzidos, também destacou a posição estratégica do Paraguai em relação aos mercados do Brasil, Argentina e Chile. “É o momento de se prestar muita atenção às potencialidades da região trinacional”, completou.
Outra contribuição da Itaipu está na aproximação das federações de indústrias do Paraná e Mato Grosso do Sul com a União Industrial Paraguai (equivalente à CNI) para a adoção de um sistema de qualificação de mão-de-obra similar ao Sistema S.
A fábrica
A nova unidade da Estrela, a Estrella del Paraguay S.A., inicia com a montagem do brinquedo Dareway (uma espécie de segway para crianças). No primeiro semestre, a indústria deverá receber o maquinário e se preparar para atender a demanda do último trimestre, que representa 75% do faturamento anual dos fabricantes de brinquedos (com o Dia das Crianças, Natal e Dia dos Reis Magos – data em que as crianças ganham presentes nos países hispânicos).
Conforme o gerente industrial da Estrela no Paraguai, Marco Antonio Cubas, o objetivo principal da nova fábrica será atender aos países vizinhos. Mas, futuramente, a ideia é também exportar para os Estados Unidos e Europa, que são os principais mercados consumidores de brinquedos do mundo. Outro plano é atrair fornecedores para que também se instalem no Paraguai, para incrementar a linha de produção no país vizinho.